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quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

PITACOS NAVEGANTES

A seca que nos cerca


Talvez nos últimos doze meses a ficha começou a cair para a humanidade brasileira. A água potável está atendendo ao nosso pedido para sumir de nossas vidas. São anos e anos de clemência para que ela desapareça. Pedimos e estamos a ponto de ser atendidos.
Claro, a soberba e imbecilidade cruel de nós, seres que supostamente raciocinam, dita a regra do desenvolvimento "sustentável". A notícia e a consonância midiática se encarregam então de nos lembrar que a sede, a seca e o caos estão batendo à porta.
Mas há tempos já bate à porta do norte de Minas por exemplo. O que foi feito em época de água em abundância em outras regiões mineiras para suprir essa necessidade básica de nossos conterrâneos? Nada. Então imagine se chegarmos ao limite o tanto que nos ajudaremos...
Com toda tecnologia e avanço de engenharia, alguma coisa poderia ter sido feita para amenizar o sofrimento dessas pessoas. Não fizemos. Continuamos a nos esbaldar em meio a banhos e matanças de sede!
Não era com a gente.
Fatos absurdos aconteceram em várias serras e mananciais de água por esse Brasil afora. Lembremos a destruição da Floresta Amazônica. O progresso veio. E com ele veio a pobreza, a escravidão, a seleção, a privação, a segregação...ah sim, o conforto!
Hoje,a única coisa que ameniza o calor insuportável que faz em Belo Horizonte e em muitas regiões brasileiras é a frieza do coração humano. Esse gelo que pode ser considerado o ar concionado do inferno.
Acredite: ninguém está preocupado se faltará água para você tomar banho amanhã ou para você beber daqui a pouco. Tiveram dezenas de anos para se preocupar e não se preocuparam. Acredito no máximo num "boa sorte" ou orações e afins a São Pedro.
Ah...e daqui a pouco chove e tudo volta ao normal. As nascente estão protegidas e o solo preparado para abastecer o lençol freático novamente. Mas, hastag só que não!