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quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

O Galo não é a Zebra

Último jogo no Independência! Foto: Flávio Domênico
Tenho assistido comentaristas, jornalistas e torcedores colocando o Bayern como favorito ao título mundial. Concordo. O time alemão é um dos mais caros do mundo, tem o técnico considerado um dos melhores do mundo e tem jogadores considerados dos mais talentosos do mundo. Essa combinação o credencia para o favoritismo.

Apesar do time alemão ter em seu elenco atletas com nacionalidades diversificadas (exemplo, o francês Franck Ribéry; o brasileiro Dante; o holandês, Arjen Robben), os comandados de Pep Guardiola representam uma nova era desta boa escola. Bayern de Munique, posso afirmar tranquilamente, é o candidato forte a erguer o título de melhor time do mundo no próximo dia 21, em Marrocos. 

Contudo, não posso entender a ideia dos mesmos comentaristas, jornalistas e torcedores chamarem o Clube Atlético Mineiro de possível zebra. Assisti tal fato hoje vindo de um comentarista do programa Redação Sportv. Mas ele não é o único que pensa assim.  Chamar um time de zebra é considerar que seu elenco é altamente inferior, limitado e incapaz perante o outro clube. Zebra no futebol é quando se causa espanto. Quando o time fraco vence o time forte. 

Assim, caso o Atlético passe pelo primeiro jogo e avance à final, caso seja campeão, chamar sua conquista de zebra brasileira seria desmerecer um título altamente importante para a história do futebol tupiniquim. É zebra, por exemplo, o título mundial conquistado em 2012 pelo Corinthians sob o Chelsea?
  
Além disso, não posso aceitar que definam como “zebra” um time que tem em seu elenco um gênio, como Ronaldinho Gaúcho. Pensemos ainda que o  Atlético tem nomes como Diego Tardelli, Jô, Victor e Réver. Todos os citados foram recentemente convocados pelo técnico Luiz Felipe Scolari e ainda tem chances de estarem na seleção brasileira de 2014 disputando a copa do mundo. 

Imaginemos então outra situação. Bernard (ex-Atlético), Réver, Ronaldinho Gaúcho, Jô, Tardelli e Victor estão na seleção. Final da copa do mundo entre Brasil e Alemanha. Caso a seleção brasileira vença a partida e sagre-se campeã seria uma zebra? O Atlético ainda tem nomes como Fernandinho, Josuê e Gilberto Silva que são experientes e tem uma carreira no exterior.

Como jornalista e amante do futebol, questiono este adjetivo futebolístico que estão tentando atribuir desde já à possível conquista do clube mineiro. Posso com responsabilidade dizer que o Bayern de Munique é o time favorito à conquista do mundial de clubes 2014. Mas, mencionar o Atlético como zebra na atual conjuntura do clube é, no mínimo falta de respeito, principalmente com sua apaixonada torcida. 

O Atlético hoje tem um elenco qualificado e tem tudo para ser respeitado em terras africanas. O técnico Cuca tem ao seu dispor um grupo qualificado, focado e disposto a lutar por esse inédito título de “donos do mundo”. Se vai ganhar o caneco ou não é outra história.

Fica meu recado e, quem tem olhos que o leia: definitivamente Galo não é zebra! 

sábado, 9 de novembro de 2013

Futebol que a mídia não mostra

Alguns produtos parecem ser fabricados pela mídia para serem eternizados como únicos e ponto final. O futebol se tornou um desses produtos. Escolhem-se 3 ou 4 times e são os melhores eternos do Brasil. Desde a década de 80 isso é notório. Infelizmente parece que, para a grande mídia de massa, o futebol mineiro é apenas um coadjuvante neste cenário de festa e negócios. Alguns fatos deste cativante esporte com bola nos pés nos levam a crer nisso. Veja um deles: em 2012, o Atlético lutou pelo título com um time carioca até o final. Contudo, em meio à disputa emocionante deste Brasileiro, era necessário dividir a atenção e lembrar em rede nacional, nos mais diversos veículos de massa, a disputa do mundial interclubes pelo Corinthians. Justo? Seria justo se o tratamento fosse igual para todos que não estão no eixo RJ/SP. Não vejo tal divulgação com relação ao Atlético este ano.

O Galo disputa em dezembro o mundial interclubes em Marrocos. A competição que revelará o melhor time de futebol do mundo. Mas, até o momento, diferente de 2012, o que vi foi uma propaganda do Mundial de Clubes de Futebol de Areia. E talvez, por mera coincidência, enaltecendo a participação do Corinthians. Nada contra os paulistas, mas é lamentável o descaso com a torcida mineira.

Tal fato ocorre também com o Cruzeiro. Time disparou na liderança e praticamente já garantiu o Brasileiro de 2013! Muitos torcedores questionam a cobertura dispensada ao clube. A falta de ênfase no campeão, no time que está em destaque.

O certo é que o torcedor mineiro quer ver seu time estampado nos jornais, nas rádios e na TV. Isso não vem acontecendo de forma correta e isenta nos grandes veículos de comunicação. E tem incomodado e chateado o torcedor de Minas. Outro fato: muitas vezes este torcedor é obrigado a escutar de comentaristas e jornalistas esportivos que o nível do campeonato está fraco. Desmerecendo, por exemplo, a supremacia da Raposa neste ano no Brasileirão.

Talvez em Minas Gerais não se tenha uma mídia estadual de massa com autonomia editorial tão independente para criar essa ênfase com os times mineiros. Jogar sempre para cima. Chamar a torcida para dentro de campo. Despertar ainda mais essa paixão no torcedor mineiro e inflamar essa festa. Faltam grandes matérias. Pautas que enalteçam ao extremo as conquistas e trajetórias vitoriosas de Atlético e Cruzeiro.

Minas Gerais hoje é um gigante do futebol nacional, continental e mundial.  O maior e melhor futebol da América e do Brasil com apenas dois representantes na série A. Deixar de fazer festa para a torcida mineira é um erro grave. Perde o futebol como esporte, magia e entretenimento. Talvez para jogadores e cartolagem isso não faça a menor diferença. Mas para o torcedor faz.

O futebol sem torcedor é um produto extremamente chato e irritante. Até o momento não vi destaque nenhum para a disputa do Atlético no mundial. Não há chamada, não há reportagem, não há cobertura. Está na hora de rever os conceitos da cobertura esportiva brasileira! Está na hora de rever os conceitos do jornalismo esportivo no Brasil.


Não se pode esquecer que Minas Gerais é terra de Pelé, Tostão, Reinaldo, Éder, Luizinho, Gilberto Silva, Cerezzo, Joãozinho, Dirceu Lopes e tantos outros craques que nasceram aqui para brilhar no mundo da bola. Temos vocação de craques e de bom futebol que vem de berço!

domingo, 13 de outubro de 2013

Entrevista com zagueiro Emerson


Entrevista com zagueiro Emerson, um dos melhores jogadores em campo na vitória do Galo por 1 x 0 no clássico contra o Cruzeiro.

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Minas Gerais domina o Brasil e as Américas

Um “rolo compressor”! Sim, esse no momento é o Cruzeiro, líder do Brasileirão, que precisou de apenas 30 minutos iniciais de partida para liquidar a Portuguesa e chegar à espetacular marca de 56 pontos e 34 gols de saldo ainda na 25ª rodada! E tem gente que já desdenha do campeonato. Alguns inclusive já falam da facilidade do Brasileiro 2013. Mas o fato é que, o Cruzeiro e sua torcida não tem nada haver com isso.  

Temos que destacar o trabalho da diretoria celeste, as contratações, direções e decisões. Diretoria essa muito questionada num passado recente! Não podemos deixar de citar no Cruzeiro a brilhante condução do técnico Marcelo Oliveira. O comandante celeste deu um padrão competitivo e uma tática de jogo diferenciada para o time que vai caminhando a passos largos rumo ao caneco.

O Atlético vem amadurecendo sua preparação para representar o Brasil no mundial de Marrocos. Posição alcançada pelo time alvinegro é fruto de um trabalho sério e dedicado também de sua diretoria. Pelos cantos da Cidade do Galo alguém já quebra a “Cuca”. O técnico Cuca já começou a estudar detalhes e, em silêncio vai armando sua equipe. Sofre com desfalques e com um calendário que transborda jogos para todos os lados!

Cuca tem um importante traçado de estratégias neste trimestre final para disputar o mundial de clubes. Precisa usar os jogos do Brasileiro no intuito de treinar o Atlético em alto nível e tentar evitar possíveis lesões dos jogadores. É uma tarefa árdua e importante. O técnico declarou em sua última coletiva que, enquanto existirem chances do título nacional ele não jogará a toalha. O time ocupa a 5ª posição da tabela e está a 18 pontos do líder. Contudo, apesar das possibilidades matemáticas, o Galo pensa mesmo é no mês de dezembro.

Em continente africano, o Atlético poderá ter como adversário, em espetacular fase, o time alemão Bayern de Munique. A Copa do Mundo de Clubes da FIFA é, sem dúvida, a competição que toma conta neste momento do coração da torcida alvinegra.

O Bayern, sob o comando de Pep Guardiola (técnico que completou 42 anos de idade e já atingiu a marca de 100 dias à frente do clube alemão), atropelou o Manchester City pela segunda rodada da Liga dos Campeões da Europa. Encantou com um futebol extremamente técnico e competitivo.

O estilo do técnico (já apresentado em sua passagem pelo Barcelona) é o simples que busca a perfeição: toque de bola, posse de bola, passes certeiros, qualidade nas finalizações e muita movimentação. Esses cinco fundamentos talvez sejam a chave para o Atlético jogar o mundial de igual para igual. É certo que, para ter êxito contra a equipe alemã, o Galo precisará estar afiado nestes detalhes e passar pelo primeiro adversário, ainda não definido na competição.

Mas se de um lado os alemães tem o tal do Guardiola, de outro, o Atlético tem o gênio Ronaldinho Gaúcho.  Jogador mais do que credenciado para encarar qualquer equipe no mundo e que está em tratamento intensivo de sua lesão. Departamento médico do Atlético está confiante na rápida recuperação do atleta para o mundial!

O domínio mineiro no futebol brasileiro e das Américas já tem incomodado muita gente. Vamos lembrar caro amigo e amiga outro fato importante: Atlético e Cruzeiro estão prontos para próxima temporada. Há tempos que não se via os dois times iniciando um novo ano numa simples continuação de trabalho. Outro fato extremamente espetacular para Minas Gerais: teremos Galo e Raposa (99% de chances) na Libertadores 2014!

Precisamos agora que o Coelho dê o seu jeito! Esteja com suas orelhas em pé, os olhos vivos e atentos na reta final da série B. Quem sabe teremos três mineiros na série A em 2014! Assim esperamos!


domingo, 1 de setembro de 2013

Estádios carentes!

Eu acreditava que o campeão da Libertadores da América e o atual líder do Brasileiro avançariam para as quartas-de-final da Copa do Brasil. Não por torcida ou clubismo. Mas pelas características e qualidades de ambas as equipes.

Não foi o que ocorreu. São coisas do futebol...Atlético e Cruzeiro poderiam fazer um duelo histórico pela competição. Mas, o Galo esbarrou mais uma vez no Botafogo. O Cruzeiro amargou uma eliminação para o Flamengo daquelas cruéis para o torcedor: nos minutos finais do jogo. Contudo, abrirei mão de analisar ambos os times nesta edição para falar de outro assunto.

Caro amigo e amiga, confesso que, no outro dia, na manhã pós-eliminação das equipes, algo despertou minha atenção. Era quinta-feira e, nos meus afazeres, eu observava o movimento nas ruas de Belo Horizonte. Notei então que muitos atleticanos e cruzeirenses saíram com as camisas de seus clubes. Notei a expressão de orgulho e paixão do torcedor de ambos os times mesmo sofrendo ainda com o clima da eliminação. E então comecei fitar neste personagem: o torcedor.

Veja este dado: até a 16ª rodada do Brasileirão 2013 série A, a ocupação da torcida nos estádios chegou à apenas 38% num geral (Fonte: globoesporte.com). Aqui em Minas, o Atlético tem média de ocupação de 47% e Cruzeiro de 52%. A ausência do torcedor e da festa tem chamado atenção de muitos. Na TV, por questões de ângulos e posicionamento de câmera para transmissão, percebe-se muitos espaços vazios. Principalmente nos estádios maiores, como o Mineirão. 
A verdade é que chegou a hora dos articuladores do futebol fomentarem que o torcedor é seu maior cliente. Tudo virou negócio? Então, que se trate o torcedor como cliente, mas com excelência. O que seria de Atlético e Cruzeiro sem sua torcida? O que seria do futebol sem as bandeiras, os foguetes, os cantos, as lágrimas e os sorrisos?

É preciso tirar o torcedor da poltrona (como diria Renato Aragão, o “Zé Poltrona”) e valorizar e viabilizar sua presença no espetáculo. Trazer o público de volta para o espetáculo! Mas ele tem que se sentir convidado e muito bem servido nesta festa. Não é o que está ocorrendo...
Preço alto dos ingressos, alimentação ruim e custo alto, mobilidade ruim, falta de segurança, falta de infra-estrutura são alguns dos fatores que tem tirado a vontade do torcedor de ir ao estádio.

Outra situação é que, aquele personagem apaixonado, que lotava qualquer jogo, não está acostumado a ver apenas uma única partida. Não. Ele quer ir a vários. Quer ver de perto a campanha do seu time. Mas hoje está complicado bancar financeiramente essa proeza. Ou será que estão conduzindo o futebol para uma massa elitizada pronta para assumir essa função? Não acredito. O futebol é um espaço onde todas as classes se unem e se confraternizam. Um verdadeiro exercício de convivência e até mesmo de cidadania. Mas podem estar perdendo essa ferramenta por descuido e soberba.

Pensemos ainda essa comparação: aos poucos os campinhos de várzeas estão desaparecendo, as “peladas” agora só em tapetes sintéticos e pagos. Raramente se vê uma peladinha em ruas, em campinhos de terra, gramados, hoje na maioria das vezes apenas em locais fechados e alugados onde se tenta ainda jogar futebol. Antes, por exemplo, nas quadras internas do Conjunto IAPI, num sábado ou domingo se você acordasse 9h da manhã teria de esperar para jogar! Isso porque a cobiçada e querida “peladinha” já estava a todo vapor! Ao chegar à quadra você ficava na famosa “de fora” até chegar a vez de seu time jogar. Bons tempos...

Hoje não é mais assim. Talvez por isso tantos profissionais maltratando a bola...

Tal situação está chegando agora na ida ao estádio. Os preços do tal “padrão FIFA” imperam, mas, esqueceram um pouco do padrão “qualidade no atendimento ao cliente”! Está hora de investir mais no projeto sócio-torcedor, nas parcerias e de chamar o público de volta para os estádios.

Perdemos o charme dos barraqueiros que ficavam do lado de fora do Mineirão, da resenha nos banquinhos das barracas. Hoje sequer encontramos um prato tradicionalmente mineiro, o feijão tropeiro, tão cheiroso e saboroso como aquele de um passado recente.


Contudo, creio que ainda há tempo para rever tudo. Para devolver esse apaixonante e centenário jogo com bola ao seu verdadeiro amante: o torcedor e a torcedora! Caso isso não aconteça, corremos o risco do futebol num futuro breve perder sua magia e encanto e ser apenas mais um enlatado distribuído como produto de primeira.

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Galo: a massa é campeã da Libertadores!

*uma homenagem à torcida do Clube Atlético Mineiro, campeão da Taça Libertadores da América 2013

Flávio Domênico

Ela sempre esteve lá. Apertada, folgada, barulhenta, algumas vezes marrenta, mas apaixonada até o infinito. Companheira fiel e infalível. Não importava o momento. Não havia condição, não havia cálculos.

Por ser centenária já era amiga do tempo. Soube superar toda e qualquer demora. Soube esperar o momento. Até porque não vivia de fatos e glórias, mas de um amor incondicional que dispunha as vitórias!

Ela jamais pensou em ir embora. O grito para marcar presença é sempre sua oração.
Sofrida? Aflita? Não, encantada! E corre e desce, e grita e estremece. Era bandeira, era tambor, era na cadeira ou na geral, era amor. Por vezes comparada, mas nunca superada. Desapegou-se dos números e estáticas, nunca se importou com retóricas prolixas!

Como diria nosso saudoso escritor Artur da Távola , “Afinidade é não haver tempo mediando a vida. É uma vitória do adivinhado sobre o real. Do subjetivo para o objetivo. Do permanente sobre o passageiro. Do básico sobre o superficial”. Ela é exatamente assim! Um sentimento afinado em preto e branco!

Algo que não dá para ser explicado, pois, não foi concebida para ser estudada e sim experimentada. Ela não torce. Não, porque torcer para ela é muito trivial.

Assim é a torcida do clube Atlético Mineiro, do Galo! Assim é a massa do Galo!
Uma torcida que irradia tanto amor que é capaz de interceder aos céus para que o milagre aconteça! Uma massa onde o sorriso liberta e o choro lava a alma! Capaz de ressuscitar um gênio, atrair de volta o ídolo, transformar um pequeno num gigante!

A Libertadores da América é de prata, a Libertadores é do Galo! Nesta prata que conquista e unifica todas as Américas se reflete o rosto e o amor de cada torcedor, de cada torcedora! Hoje, ao encostar o ouvido nesta taça escutaremos o canto apaixonado e o bater ímpar de cada coração atleticano!


“Nós somos do Clube Atlético Mineiro...uma vez até morrer!”

quinta-feira, 18 de julho de 2013

O meio não é o fim!

Atlético ontem fez uma partida regular contra o Olímpia. Time do Paraguai também regular. A ressalva é que, os dois gols, elevaram o nível de qualidade dos paraguaios. E claro, os gringos trazem para o jogo de volta uma boa vantagem. Mas, uma atuação melhor do Galo no Mineirão na volta e essa vantagem pode ser totalmente superada!

Numa leitura rápida do jogo nota-se um primeiro tempo onde o Atlético esteve melhor. Maior posse de bola e boa marcação. De repente caiu de rendimento no decorrer da etapa. Principalmente após sofrer o gol. No segundo tempo o time voltou um pouco melhor. Contudo, durante os 90 minutos, continuava notória a falta de qualidade no toque de bola e na objetividade para chegar ao ataque. Defensivamente, o Galo sofreu dois gols em erros de posicionamento e marcação. Há sim o mérito dos gols para o Olímpia.

Ronaldinho e Richarlyson não foram bem. O R10 não jogou, não entrou em campo. Ele faz falta em qualquer time do mundo. Quando ele está bem na partida é um trunfo contra o adversário. Mas ontem ele talvez tenha sido a pior atuação desde que chegou ao Atlético. Outro jogador que não atuou bem é Richarlyson. Pela lateral, o jogador vem caindo de produção e precisa se encontrar com o futebol e com a bola novamente. Não conseguirá fazer isso mais na Libertadores....

No sistema defensivo, a falta do volante Leandro Donizete é sentida tanto no combate quanto no apoio ao ataque. Donizete tem chance de atuar no jogo final, mas, é preocupante a falta de ritmo. Pode também ser uma opção do Cuca para jogar como lateral direito, no lugar de Marcos Rocha, suspenso pelo terceiro cartão.

Pierre (talvez com goleiro Victor) é o melhor jogador do Atlético. Regularidade e voluntariedade. Espírito de time, de coletividade. No ataque o incansável Diego Tardelli se não fez o gol, ao menos criou e tentou.

O Galo conquistou um lugar importante no cenário do futebol mundial. Merece a disputa da Taça Libertadores. Um título inédito. Mas precisa voltar a jogar o futebol que o qualificou para chegar nessa posição. O trabalho realizado com seriedade merece colher o fruto final. E, a torcida, merece mais ainda!

Ser apenas regular para uma final de um título inédito é pouco. Contudo não acabou. O meio não é o fim! Sete dias de preparação para o capítulo final. Sete dias que valerão o sacrifício e a caminhada de 7 meses.

Na noite de 24 de julho serão 60 mil fitados no time...não...serão milhões de atleticanos espalhados pelo mundo acompanhado essa decisão. Mas apenas 11 corações estarão dentro das 4 linhas jogando e com o poder de erguer a tão sonhada taça!

quinta-feira, 11 de julho de 2013

É TEMPO DE SER CAMPEÃO

Flávio Domenico

O tempo é feroz. Ele pode nos dar a oportunidade de uma conquista como pode tirá-la. Ele é efêmero. Por vezes obsoleto. O tempo não fala, não grita, não comemora. Ele apenas se estabelece. O tempo ensina e por vezes cobra o aprendizado.

Esse tempo esteve ontem visitando novamente o Estádio Independência. Correu por vezes, parou por outras. E ele é preciso. Nele a história se encerra por obrigação no espaço físico e permanece na alma pela eternidade.

No jogo contra o Newell’s Old Boys o tempo se apresentou para o Atlético como um cão feroz a centímetros de distancia de sua mordida. Restava o Galo correr com sabedoria contra a dor da possível ferida ou parar para devidamente enfrentá-la, curá-la e esquecê-la posteriormente. Desta vez o Atlético correu mais e eliminou essa hipótese da chaga dolorosa.

Caro leitor, o tempo é tão vasto como uma câmera de fotografia que captura a imagem no modo panorâmico. As possibilidades de cortes e registros são muitas. É preciso recortar a prioridade e o objetivo.

Nesta noite, o gestor do tempo no Independência foi o uruguaio Roberto Silvera. Ele era o responsável pelos números a serem cronometrados. Silvera tinha o poder de parar ou avançar. De começar e de encerrar o fato. O poder era tão colossal que, no primeiro tempo, foram 12 minutos parados. Ele determinou acréscimo de nove. Três minutos deste jogo ficaram perdidos no espaço e na conta do senhor juiz.

A história da primeira classificação do Galo estava sob a tortura dos minutos corridos. Em cada olhar um cronômetro. Em cada grito um segundo. Em cada batida do coração um número a mais naquele momento dramático.

O tempo também pode ser tortuoso... Noventa eram os minutos para que o Atlético marcasse o mínimo de dois gols. E marca o primeiro logo aos três! O tempo fez brotar o sentimento de euforia e no seu tardar de agonia. Seria apenas nos minutos finais, numa coroação tardia de uma contratação contestada, o segundo gol!

Houve um tempo em que a disputa de pênalti era sinal de amarga derrota para o clube atleticano. Esse tempo se foi. Tempo passado engolido pelo presente.

E assim o Clube Atlético Mineiro conquistou seu tempo para a final. Em sua cronologia centenária foi lhe reservado o ano de 2013 para ter o direito à disputa derradeira pela Taça Libertadores da América. Agora, milhões de corações apaixonados começam a bater dentro do compasso 90. Noventa minutos que separam o sonho da realidade!

O grito uníssono da massa: Galo é tempo de ser campeão!


quinta-feira, 4 de julho de 2013

A esperança em 90 minutos!

Flávio Domênico

Contra o Newell’s Old Boys, o Atlético obteve novamente uma nota que considero de regular para ruim. Infelizmente, já há alguns jogos, o elenco não se apresenta bem. Contra o NOB jogou o tempo todo atrás da linha da bola e adotou uma postura defensiva. Em toda partida deu apenas um chute a gol.
                                                                                                                           
Este número é preocupante para um grupo de jogadores que se classificaram na primeira fase da Libertadores como o melhores da competição. Seria a repetição da história de 2012? O time encanta, mas, na reta final a magia se apaga? Há uma explicação para isso?

Sabemos que o futebol moderno depende do esforço e do empenho dos jogadores dentro de campo em todas as partidas. A movimentação, entrosamento, drible, inteligência, aplicação, deve perdurar na competição. Além disso, o banco de reservas de um time profissional precisa de peças que, ao serem acionadas, possam acrescentar algo à história do jogo.

Outra peça fundamental, o treinador Cuca, nesta partida, optou por uma formação tática defensiva. Chamou a raça e a determinação dos argentinos para cima do Galo. Tanto que, Tardelli, por exemplo, se limitou a marcar. Parecia a correria de uma partida que se vê em futebol de salão. Vai e volta frenético dos jogadores. O ataque não funcionou. Sem expressão e apagados Bernard e Ronaldinho Gaúcho. Jô, na única chance, fez o gol que poderia mudar a cena do jogo. Foi anulado e há uma pós-discussão se foi ou não impedimento.

A questão é que foi um lance para ser marcado via instrumentos como luneta, telescópio, binóculo e lupa. Não gostei da arbitragem do trio chileno. Mas não foi desculpa para a apresentação ruim do time.

O Atlético se segurou no empate enquanto conseguiu. O primeiro tempo foi assim. Já na etapa complementar o Galo mudou a postura. Quando começou a apresentar melhoras na partida levou um gol por falha da marcação no começo do segundo tempo. E depois outro gol numa batida de falta espetacular do jogador Scocco, o nome do jogo. Mesmo sofrendo gol de falta, novamente o goleiro Victor foi o melhor em campo pelo time do Galo.

O resultado na argentina escreveu um roteiro dramático para o próximo capítulo: noventa minutos separam o time do Atlético do sonho de campeão ou do pesadelo da eliminação. Restará ao Galo devolver as 10 finalizações a gol para o NOB e marcar no mínimo dois gols e não levar nenhum para que a partida vá para os pênaltis. Caso se mude a postura dentro de campo é perfeitamente possível que tal fato ocorra na grama do horto mineiro. Acredito até mesmo em três gols caso o time apresente aquele futebol ofensivo e objetivo já visto este ano.

O torcedor, a grande massa apaixonada do Atlético, pode vibrar e ter esperança sim. Cabe aos jogadores, no jogo de volta no Independência, provarem que não são apenas mais um grupo de jogadores que estão de passagem por aqui. Que não é mais um elenco que passou pelo clube e fez apenas belos discursos de raça e amor à massa.

Alguns jogadores de futebol deixam marcas imortais na história do seu clube antes de saírem e ganharem o mundo: um título importante para amada torcida!


ENTREVISTANDO TOM CAVALCANTI - junho 2013

Trabalho para site Resenha do Galo


JUNHO DE 2013

Jornal Daqui 11 - Meu Vizinho é um Talento - Clarinetista Luís de Souza

 
junho de 2013

terça-feira, 2 de julho de 2013

A FILOSOFIA DO DIA

por flávio domênico

Caminhando pelas bandas da avenida Brasil veio o fato. Eu, educado e necessitado, começo o diálogo discreto:
-Bom dia, eu poderia usar o banheiro para fazer um xixi...!?
-Não, banheiro é só para quem consumir algum produto na loja...
-Hum...quanto custa essa bala?
-5 centavos!
-Me dá uma então!
-Pronto, algo mais!?
-Eu poderia usar o banheiro para fazer um xixi...!?
-Pode!
Moral da história:
Mais vale 5 centavos na mão que um xixi feito no chão....

domingo, 2 de junho de 2013

O santo do tal horto!

A defesa de São Victor/ Foto : Anna Ftg
Um dos acontecimentos mais emocionantes do futebol mundial desta década aconteceu quinta-feira no estádio Independência. A festa estava preparada. Não por arrogância, por falta de respeito, por excesso de confiança, mas, por questões de crença no fato. A torcida do Atlético cantava e aguardava o apito inicial. Contudo, não sabia que, talvez, seriam os 90 minutos de partida mais dramáticos do século XXI.

O cão do México veio confiante para jogar por entre as montanhas de Minas Gerais. Logo nos primeiros segundos de jogo, los mexicanos apresentaram ao “santo” da noite seu cartão de visitas. Após um empate dramático no tempo normal veio o temido acréscimo. Que o acréscimo fosse de milho, de catupiry, de queijo...até de jiló mas, o acréscimo foi de adrenalina no coração. Um acréscimo que soprava como um vento forte para apagar um sonho. Partida caminhava para o final, 1 x 1 classificava o Atlético. 

De repente um pênalti aos 47 minutos do segundo tempo. Parecia coisa de cinema. Naquele momento uma matilha de cães ofuscava o canto do galo. Riascos, o artilheiro do Tijuana pediu para bater. Caminhou para a bola confiante, determinado e frio. Mas ele não sabia que estava prestes a canonizar um santo.

Silêncio no horto. Olhares emudecidos. O chute. Deu para escutar por milésimos de segundos o barulho da bola. Depois uma explosão de alegria. Como que num verdadeiro milagre, o goleiro do Atlético, Victor, defendeu com o pé esquerdo o pênalti que eliminaria o Galo.
   
Ali, naquele momento, São Victor foi canonizado. Um milagre. Fruto da competência e do trabalho. O apito final assinou sua santidade!
A narração de Osvaldo Reis (Pequitito) na rádio CBN explicitou a emoção e o êxtase da torcida atleticana. De todos que estavam ali trabalhando ou torcendo. O Galo estava curado da dor. São Victor foi enviado para exorcizar de vez a máscara do pânico. Enquanto eu descia para a coletiva do técnico Cuca observava o ar de graça que se espalhara pelo estádio. Nos corredores do Independência me encontrei com o humorista e apresentador Tom Cavalcanti. Estava atônito. Confessou-me que era o cearense mais atleticano do Brasil. Narrou como João Canabrava a defesa do Victor (vídeo disponível em www.resenhadogalo.com.br).

É verdade que algumas peças precisam chegar para dar continuidade à árdua caminhada que o Galo tem pela frente. Um lateral direito, por exemplo. No jogo contra o Tijuana e no empate deste domingo contra o São Paulo, Leandro Donizete foi improvisado como lateral. Time está exausto, são quase trinta jogos até agora. Viagens e partidas difíceis. Diretoria trabalha em silêncio e pode anunciar reforços em breve.

O Atlético segue firme na Libertadores e no dia 03 de julho pisará novamente em terras argentinas. Desta vez para enfrentar o Newell's Old Boys pela semi-finais em Rosário. Uma cidade que tem esse nome em homenagem à Virgem do Rosário. Um local já místico. E, para lá, irá como numa peregrinação, vestindo um manto em preto e branco, o santo do tal horto!

Até a próxima! Com a “benção” de São Victor! 

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Grama sintética, coração natural!

Atlético empatou ontem com Tijuana por 2 x 2 no México. Em meio a tantas adversidades prevaleceu a gana de ser campeão. Fatos que precisamos relevar: clássico no último domingo difícil, viagem longa, preparo comprometido, campo de futebol amador e cansaço. Tudo foi superado ontem na raça, na técnica e no amor pelo Clube Atlético Mineiro.

Ouvi ontem durante a transmissão, um comentarista dizer: “se o gramado sintético dificultou o jogo para o Galo, dificultou também para o Tijuana”. Errado. O fato de jogar na grama sintética prejudicou Atlético e Tijuana por igual? Não. Prejudicou o Atlético. O Tijuana mora no ali. O Atlético no Horto. O time mexicano tem doutorado em campo de grama sintética. O time atleticano não. Está acostumado a treinar e jogar em campo profissional, de grama natural.

Era visível que os jogadores do Atlético não conseguiam entender a dinâmica daquele gramado. Erros de passes, pouca posse de bola. Dificuldade para o tempo de marcação. Enquanto isso o Tijuana passava para muitos desavisados e distraídos que era o melhor time naquele momento. Que estava dominando o Atlético. Com todo respeito, preciso ver o Tijuana jogar assim em Belo Horizonte para atestar essa qualidade toda apresentada no México.

O Atlético não fazia realmente uma boa partida. Mas pela primeira vez era notório que, tal fato, se devia noventa por cento ao fator da condição e característica do gramado. Por tudo que estamos vendo até agora, não podemos falar de um time aguerrido e espetacular como esse do Galo de forma negativa.


No segundo tempo Cuca fez prevalecer seu comando. O time voltou um pouco melhor. Equilibrou o jogo. Superou as dificuldades. Tardelli foi um destaque à parte ontem. Além de fazer o gol, aproveitou bem a jogada do gênio Ronaldinho Gaúcho no meio campo, recebeu a bola, avançou e tocou para o garoto Luan, com frieza e competência empatar o jogo.  

Esse gol calou milhões...

Esse gol mostrou que, se a grama era sintética, o coração dos jogadores continuava natural: batendo forte por uma massa apaixonada!

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Cuca agradece o carinho da massa!

Técnico do Clube Atlético Mineiro, Cuca, agradece ao carinho da torcida em festa na Praça 7, 
no centro de Belo Horizonte, logo após a conquista do título Mineiro de 2013.


sexta-feira, 10 de maio de 2013

Tardelli, Jô e Richarlyson após goleada em cima do São Paulo

Tardelli, Jô e Richarlyson em entrevista para o portal Resenha do Galo, logo após o jogo contra o São Paulo na Arena Independência 08/05/2013 - Atlético  4 x 1 São Paulo












quarta-feira, 1 de maio de 2013

Lágrimas de sol

Flávio Domênico

Eu que derramo lágrimas em meu coração.
Que por acreditar tanto perco o chão.
Eu que creio,
Que receio,
Que peço esteio.

Eu que tento ainda escrever,
páginas e páginas para viver.
Que leio e lamento,
ouço sempre tormento.

E ando por estradas aquecidas
por dores de pessoas esquecidas.
Navego por costumes bisonhos,
que cospem e pisam em sonhos.

Eu que derramo lágrimas em meu coração,
por acreditar na alma,
por perder a calma,
por estar sempre em edição.

Que abro uma janela a cada dia,
e lembro gente que espia.
Para ver se dar para chegar perto,
para sair da mira do concreto.

Eu que penso que aprendi amar
enxugo agora o que embaça meu olhar.
Mas num ato, levanto a cabeça,
para que no final eu não me esqueça,
que à noite,
mesmo sob açoite,
ao se fechar os olhos se volta a sonhar.
Que a realidade é na verdade,
o primeiro esboço do que é acordar.

sexta-feira, 29 de março de 2013

Ser cristão, não ser cristão

flávio domênico

Jesus a milênios atrás foi perseguido. Motivo? Não é complexo. É bem simples. Ele pregou e difundiu algo que naquela época era combatido. Ele difundiu ideias e sentimentos que aquele mundo (aquele?) não estava acostumado a ter. Jesus caminhava na simplicidade que incomodava. E continuava a difundir o amor. Livre de amarras e pressões. Livre de opressões. Um amor e liberdade fundado no Pai. Em Deus.

Jesus pura e simplesmente divulgou o amor incondicional, o respeito, o caráter, a solidariedade, a amizade, a família, a adoração primária à Deus. Divulgou que você não precisa ostentar riqueza neste mundo e privar os outros de aproveitar a vida.

Agora, se alguns que o seguiram e continuaram seu trabalho distorceram sua imagem Ele não tem culpa. Se muitos aproveitaram e viram em suas palavras uma oportunidade de negócio, de mercado, ele não tem culpa. E nem eu. E nem você.
Por isso é bom que fique claro que a vitória de Jesus está em libertar o coração da humanidade da imbecilidade e do pecado. Pecado não é aquilo que você quer fazer e alguns dizem que é errado. Pecado é aquilo que te afasta do amor puro e verdadeiro de Deus. Quer fazer? Faça. Não é um cristão que o vai impedir e nem o castigar.

Seja cristão, budista,  seja ateu, seja lá qual for sua crença, o caminho da discórdia e da destruição está aí para ser percorrido. Esse caminho é "bacana" e não faz acepção de crença! Qualquer um pode ir e ficar à vontade. Seja o que você quer ser. Faça o que você quiser fazer. O resultado será mostrado no final da história, da vida. Não é uma religião ou doutrina que irá lhe julgar.

Então é bom parar para pensar que ser Cristão não é um hobby ou uma logomarca chique e que pode estar na moda. Aliás, para mim, se tem algo que não está na moda  é ser Cristão.

O pior do fim da vida de Jesus não foram os pregos na cruz. Não foi o sangue que escorreu e jorrou sob a brutalidade dos que o condenaram. O pior foi a via sacra. O caminho até chegar nesta cruz. Mas ele percorreu o caminho, mesmo sendo Deus. Para mostrar que cuspes, chutes, palavrões, ofensas, bofetadas, injúrias, humilhações não compete com o soberano amor.

Então seja cristão ou não seja cristão, acredite ou não acredite em Deus, escolha e escancare sua escolha. A máscara uma hora vai cair. O amor liberta! E sou testemunha que os braços do Pai estão sempre abertos para lhe apertar e lhe abraçar, para lhe trazer de volta! Ah...e eu sou cristão e te amo e te respeito por todo o sempre como você é! Amém.

Boa sexta!

sábado, 2 de março de 2013

Sob a espora do Galo!

As duas vitórias do Atlético na Copa Libertadores da América 2013 escrevem com a ponta dos pés e das chuteiras uma nova história para o clube. A instituição passa por um momento de colher e aproveitar os frutos. A torcida alvinegra comemora e vibra com os seis pontos conquistados na competição e acompanha o time desfilando um bom futebol. É realmente uma invasão em preto e branco que se espalha e, o escudo do Galo, está de volta às páginas da imprensa mundial.

Da “loucura” de Kalil ao trazer o gênio R10 para terras mineiras, ao reencontro com Diego Tardelli. Da esperança que nasce em milhares de garotos na figura de Bernard à experiência da volta de Gilberto Silva. Essa é a realidade. A estampa geral para este momento poderia ser: abram alas para o Clube Atlético Mineiro!

A realidade

Por vezes, a própria imprensa lança comentários que, às vezes, confundem a cabeça dos torcedores. Chegam a ser maldosos. Escrevem dizendo que tal jogador não agrada o técnico Cuca em treino, não empenha, treina mal. Assim, antes da esperada estreia contra o São Paulo na Arena Independência, fiz questão de estar no CT do Galo e acompanhar o último treino para este jogo. O que vi neste treino está estampado nas apresentações do time: raça, técnica e espírito de equipe. O técnico Cuca hoje tem um elenco focado e firme para disputa do título.

Esta é a realidade do Atlético no atual cenário do futebol mundial. Os holofotes estão na crista do Galo. Não se assuste se daqui a pouco ouvir um “uai” de Ronaldinho Gaúcho em alguma entrevista. O dono da 10 retorna com tudo em 2013 às páginas gloriosas do mundo da bola e se diz cada vez mais mineiro. Resultado de um trabalho sério e comprometido com a equipe. Não há espaço para desgosto ou crises no CT de Vespasiano.

Vale destacar a invasão da torcida atleticana nas terras de Cristina Kirchner. Nenhuma ocorrência negativa. Apenas festa e alegria! Tal atitude foi compensada com uma brilhante vitória por 5 x 2 do Atlético sob o Arsenal de Sarandi às margens do Rio de La Plata. Um ataque altamente positivo: Tardelli, Bernard e Jô sob o comando de Ronaldinho Gaúcho.

É certo que Cuca tem uma longa trilha este ano a percorrer. Hoje tem praticamente outra equipe pronta para entrar no banco de reservas. Jogadores como Gilberto Silva, Rafael Marques, Richarlyson, Alecsandro e o garoto Luan são alguns exemplos da qualidade do grupo.

Mineirão

Ainda continua o triste e prejudicial impasse referente ao Mineirão. O Atlético ainda não se definiu com relação ao estádio e às propostas da Minas Arena. É verdade que o time está muito bem no Independência mas, o Mineirão daria mais oportunidade aos torcedores de acompanharem os jogos. Devemos ter cuidado para não criar a torcida TV. Lugar de torcedor apaixonado por futebol é no estádio e não atrás de uma telinha. Vamos aguardar cenas dos próximos capítulos.

O Galo canta em seu terreiro e, do lado de fora, canta mais alto. Que é para escutar. Que é para somar ao grito da massa atleticana. Que é para ensaiar o grito de campeão guardado há anos. Um grito não perdido ou deprimido, pois, este grito de campeão está guardado e cuidado a sete chaves no coração de cada torcedor e torcedora do Atlético.  

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

ENTREVISTA LUAN, TARDELLI E VICTOR

Resenha do Galo na estreia da Copa Libertadores 2013
Atlético 2 x 1 São Paulo

Repórter: Flávio Domênico
Imagem e edição: Aender Pereira



LUAN

DIEGO TARDELLI

GOLEIRO VICTOR

Atlético transforma 13 em 3!

O ano é 2013, dia 13, 13 anos sem ganhar, Jô marca aos 13, enfim, 13 é Galo.  E, nessa mística do 13, o Atlético conseguiu 3 pontos em sua estreia na Libertadores diante da forte equipe do São Paulo. Um começo de jogo tenso com a equipe paulista marcando forte e tentando manter a posse de bola. Mas o Galo não se intimidou e os jogadores se entregaram em campo. O meu destaque segue então para toda equipe do Atlético que fez valer aquilo que se viu nos treinamentos: dedicação, raça e qualidade técnica.

Enquanto o São Paulo pensava em explorar o oportunismo de Luís Fabiano e a velocidade de Osvaldo, o Atlético cadenciava o jogo nos pés de Ronaldinho Gaúcho. No começo Bernard caiu pelo lado direito enquanto Tardelli ficou pela esquerda. Mas o técnico Cuca inverteu as posições várias vezes durante o jogo. Tardelli sentiu a falta de ritmo. Mas o jogador desfilou suas qualidades e foi apoiado e aclamado pela torcida atleticana. Apesar da estreia tímida, mostrou que será importantíssimo neste ano do Atlético e já deixou sua marca de bons toques e arrancadas. Ele deu lugar ao garoto Luan que entrou bem e também tem condições de fazer um belo trabalho com o grupo.

Primeiro tempo, domínio do Atlético. Placar de 1 x 0 levado com maestria para o vestiário. No segundo tempo o São Paulo cresceu e ganhou o meio de campo. Mas neste momento brilhou novamente a estrela de Ronaldinho que fez grande jogada e cruzou para a cabeçada certeira do zagueiro Réver. O São Paulo conseguiria descontar com um gol ilegal, um lance que vi como faltoso de Aloísio em cima do lateral Júnior César. Pela interpretação do arbitro Marcelo de Lima Henrique (Fifa-RJ) lance normal e o placar final 2 x 1 para o Galo.

ANÁLISE DOS JOGADORES E SUAS NOTAS:
CONJUNTO: Nota 8
VICTOR – Nota: 9 - Fez boas defesas e foi um dos responsáveis direto pelo placar positivo do Atlético.
LEONARDO SILVA – Nota: 8 – Seguro na zaga e aprimorando sempre o tempo de bola.
RÉVER – Nota: 9 – Preciso na zaga e ainda fez o um belo gol que garantiria a vitória.
MARCOS ROCHA – Nota: 6 – Afunilou para o meio no começo do jogo, se perdeu um pouco e falhou no final da partida quando tirou uma bola de ombro para o meio da área sobrando nos pés de Ganso que errou. Mas tem muita qualidade.
JÚNIOR CÉSAR – Nota: 6,5 – Ainda precisando aprimorar a marcação e seus apoios.
PIERRE – Nota 8 – Praticamente um xerife no esquema de defesa.
LEANDRO DONIZETE – Nota: 8,5 – Uma de suas melhores partidas pelo Galo.
BERNARD – Nota: 7 – Dedicou, correu, precisa soltar a bola mais rápido.
TARDELLI – Nota 6 – Está voltando agora, mas lutou e se entregou enquanto esteve em campo.
*LUAN – Nota: 6 – Entrou com personalidade, não sentiu a pressão do jogo e, em forma, será muito útil para o Galo
RONALDINHO GAÚCHO – Nota : 10 – Um maestro em campo, jogou até mesmo sem bola. Preciso nos passes e nas jogadas individuais. Segue assumindo a responsabilidade de conduzir o Galo nesta temporada. Na jogada do segundo gol, Ronaldinho além de driblar dois jogadores do São Paulo chega à linha de fundo, levanta a cabeça e faz um cruzamento excepcional para a cabeçada certeira do zagueiro Réver marcar o segundo gol.

*Os irmãos Richarlyson e Alecsandro entraram já no final do jogo.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

No Galo, carnaval é com bola no pé!

Atlético finalizou sua preparação com treino nesta tarde e está pronto para enfrentar o São Paulo no Independência

O Atlético treinou firme nesta terça-feira de carnaval e está praticamente escalado para enfrentar o São Paulo nesta quarta-feira de cinzas. Destaque para a presença do presidente Alexandre Kalil e do diretor Eduardo Maluf que acompanharam todo o treino de perto. A novidade no Galo será a entrada de Diego Tardelli com a camisa 9 no ataque. Seu posicionamento ainda está nas mãos do treinador Cuca.

Na Cidade do Galo um lance curioso. Após um chute de longe de Leandro Donizete, a bola sobrou para Ronaldinho Gaúcho. Ele, com muita categoria, colocou no canto direito do goleiro Paulo Victor. Destaque para vontade e boa movimentação do garoto Luan que pode ser muito útil para o Atlético. Gostei também de ver Gilberto Silva com a bola nos pés. Jogador desarmando bem, com bom vigor físico e com excelente toque de bola.

Após o treino, alguns jogadores treinaram finalização. Ronaldinho, Bernard e Richarlyson treinaram cobranças de falta à parte. Bom índice de aproveitamento dos três jogadores.

Na coletiva com Ronaldinho, após eu destacar que ele é também, ao lado de Tardelli, um ídolo da torcida do Galo, pedi para comentar o que o torcedor pode esperar dele no jogo de amanhã. Ele frisou de forma muito positiva que a torcida pode esperar muito empenho e entrega dele e de todo grupo.

“Pela torcida do Galo (pelo Independência lotado) nós jogadores corremos muito mais que 90 minutos”, destacou o jogador.  Falou de sua alegria em jogar também ao lado de Diego Tardelli, de sua posição como ídolo e da importância deste atleta para todo grupo.

Ronaldinho se mostrou muito focado e comprometido com o torneio e com a temporada do Atlético. Questionado sobre a dificuldade e possível pressão em enfrentar já na primeira rodada da Libertadores o time paulista, ele respondeu “encaramos o jogo contra o São Paulo como motivação e não como pressão”.  

Já Diego Tardelli treinou firme, com boa movimentação, bons passes. Jogador, apesar de estar num período de readaptação com futebol brasileiro, mostrou que conserva suas características de atacante. Não temos como descrever exatamente como será sua função em campo. Isso é um trunfo nas mãos do técnico Cuca. Pode cair pela esquerda e trocar com Bernard, como pode alternar durante o jogo seu posicionamento em campo.

O Galo está pronto. Elenco focado e preparado para enfrentar o São Paulo. Provável time e numeração do Atlético para amanhã: 1 – Victor, 2 – Marcos Rocha, 3 – Leonardo Silva, 4 – Réver, 5 – Pierre, 6 – Júnior César, 7- Jô, 8 – Leandro Donizete, 9 – Diego Tardelli, 10 – Ronaldinho Gaúcho e 11 – Bernard.

Primeira partida para Libertadores, um caminho longo que permeia os sonhos do Atlético e de sua torcida. Amanhã é o segundo passo. O primeiro passo foi a preparação: um carnaval no CT do Galo que, ao invés de samba, o que se viu foi muita bola no pé!

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Palhaço levado a sério!

O Deputado Federal Tiririca (Prona/SP) em dois anos apresentou 10 projetos de lei, a maioria ligados à cultura. Além disso, conseguiu a incrível marca de faltar à apenas uma sessão no plenário. Contudo, por decepção com a nova profissão, ele pensa em abandonar a carreira.

Um ator palhaço e sem formação desafiou a todos e venceu a eleição com "vote no Tiririca pior do que tá num fica" e "o que é que faz um deputado federal? Na realidade eu não sei. Mas vote em mim que eu te conto". Obteve mais de 1 milhão e 300 mil votos. Foi o deputado federal mais bem votado do Brasil.

Enfim, nada contra o Tiririca, pelo contrário, ele provou como palhaço que política pode ser coisa séria. Depende de quem veste a fantasia.

(relembre os vídeos da campanha de Tiririca para Deputado Federal pelo PR/SP)




segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Futebol, o Brasil e a cultura

Grama sendo irrigada antes da partida e faltava
água nos bebedouros
Flávio Domênico

Não quero e não tenho a intenção de publicar e produzir textos somente sobre futebol. Contudo, temos de parar com ideias fundamentalistas e preconceituosas sobre o esporte mais popular do Brasil. Digo isto porque, hoje, ao observar fatos e acontecimentos do mundo esportivo, podemos traçar um perfil político, social e econômico de nosso país.



O futebol está enraizado no povo brasileiro assim como o samba, como a música, como o teatro, entre tantos outros entretenimentos.
Ontem, ao entrar no "Novo Mineirão", não passei nenhuma dificuldade. Isso porque não fui como torcedor, mas estava no pleno exercício de minha profissão.

Como estava lá para cobrir a torcida do Atlético, a pauta era mostrar a alegria do reencontro com o palco maior do futebol mineiro. Mostrar as famílias chegando, crianças, moças, rapazes, fazendo festa e aguardando o início da partida.
Mas, infelizmente, antes do apito inicial, ao andar por quase 2 horas por todo anel do estádio (onde se encontrava a torcida do Galo) eu e o cinegrafista Aender Pereira nos deparamos com cenas de desespero, tristeza, revolta, angústia e aflição.

A natureza havia colaborado. O sol brilhava. Tempo quente! Sem chuva, como queriam os organizadores! Mas o que se viu foram pessoas com sede, fome, perdidas, tentando obter alguma informação. Pais de família querendo achar um copo d'água, bebedouros sem água ou com água quente para se beber, bares fechados, preços altos dos produtos, pessoas com gelo na mão para matar a sede, enfim, começava ali um outro tipo de pauta.

O jornalista precisa angular sua matéria de acordo com o fato, com a situação.
O que aconteceu ontem no "Novo Mineirão" com o torcedor foi lamentável. Não há desculpas da Minas Arena que irão apagar as cenas que vi e registrei.

Vamos parar com a hipocrisia de condenar quem gosta de ir ao estádio de futebol, brincar e torcer para seu time. É tão importante para ele quanto pode ser para alguns, por exemplo, ir a um show do Chico Buarque num grande teatro ou, quem sabe, a um espetáculo do Cirque du Soleil.

O torcedor, o cidadão mineiro, ontem foi tratado de forma cruel e vil. Enquanto se irrigava o campo antes do jogo, faltava-se água nos bebedouros. Faltava-se água para beber.

O Mineirão não era assim. Era como se fosse a segunda casa da família mineira. Mesmo com bancos de cimentos, com a famosa "geral", ele acolhia a todos com propriedade. Os bares eram sensacionais, a comida então! O cheiro do tropeiro era outro sim. Lá fora a alegria dos amigos e amigas nas barracas para a resenha!

Minas Arena precisa estudar o futebol mineiro. Os novos gestores precisam aprender que o torcedor de futebol deve ser tratado com respeito e dignidade. Ele merece e o pior, ele paga para ser!

Banheiro misto no primeiro jogo no Novo Mineirão

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Explicar ou não explicar, eis a questão


Avenida Antônio Carlos, 13h da tarde. A natureza dando o recado: o sol está aí, fiz minha parte para colaborar com todos (principalmente com a Minas Arena)!
A chuva saiu de campo para dar lugar à festa histórica da reinauguração do Mineirão (e que saudade do antigo).

Alguns velhos novos problemas na chegada como a insistência de mão única na subida da avenida Abrahão Caram. A fila de carros era intensa faltando ainda 4 horas para o espetáculo maior.

É dia de Atlético e Cruzeiro? Sim. E dia de futebol em alto nível! Talvez. É dia de festa de torcida? Sim. É dia de alegria do torcedor mineiro? Não.

Explicar o que a Minas Arena fez com o torcedor neste primeiro jogo, na inauguração do Mineirão, merece um capítulo à parte. O Resenha do Galo registrou várias ocorrências, tristezas, desesperos e insatisfações que serão postadas em breve para que você conheça a realidade desta festa.

O jogo começou truncado. Feio. E bonito mesmo era ver o grito das torcidas. O Atlético demorou a se encontrar no jogo e o Cruzeiro aproveitou e entrou para história com Anselmo Ramon aos 23 minutos do primeiro tempo marcando o primeiro gol no Novo Mineirão. Anselmo Ramon na hora, mas as imagens não mentem!

Explicação estranha: primeiro da história foi do jogador Buglê em 1965, para Seleção Mineira, mas ele era do Galo. Segundo da história, na reinauguração, Marcos Rocha, para o Cruzeiro, mas ele é do Galo. 

Mas o primeiro cartão amarelo foi do Galo, o primeiro escanteio, a primeira sensacional defesa também foi do Galo...enfim...não foi tudo do Cruzeiro! Ah, a primeira expulsão foi da Raposa também!

Explicar? Falar para você amigo e amiga o que está claro? Todos a esta altura já comentaram. Mas tem algo que parece ser um pensamento comum: a preocupação com esquema e montagem do time do Atlético pelo técnico Cuca. Treinador não alterou bem hoje. Não conseguiu mudar esquema de jogo e o Atlético perdeu a partida com um jogador a mais.

“Fomos bem os 15 minutos iniciais do segundo tempo; não tivemos qualidade e, no jogo inteiro não conseguimos trocar passes; jogo foi muito truncado”, são algumas das palavras do treinador na coletiva. Cuca terá muito trabalho pela frente para reestruturar um time que já estava relativamente pronto. Necessita urgente de um novo esquema.

Gilberto Silva, das alterações de Cuca, foi o que jogou melhor. Falta algo no meio. Falta toque, ligação, passe. Falta Marcos Rocha se achar no jogo. Jogar como lateral e não afunilar pelo meio. Falta o Júnior Cesar fazer o mesmo pela esquerda. E o fantasma do Danilinho. Só tem esse estilo de jogo? Enfim, muito trabalho pela frente para o sr. Cuca!

Cruzeiro venceu por 2 x 1. O melhor em campo, seu treinador: Marcelo Oliveira. Galo perdeu e o melhor em campo, mesmo com a derrota: o goleiro Victor.

Estamos começando a temporada. Da derrota pode nascer uma vitória. Depende da humildade e da aceitação. Depende do estudo, da vontade de vencer.

Dar explicações no futebol tem se tornado algo às vezes severamente obsoleto. Mas são necessárias. E, explicações, contudo, não podem ser sinônimo de conformidade e teimosia.

Vamos aguardar o canto do Galo para 2013! Que venha Tardelli. Que venham as vitórias!