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domingo, 27 de abril de 2014

Culpi para despertar

Grêmio com time reserva. Levir escalou Atlético titular. Não havia tempo. Era a hora de observar o que já deveria ter sido observado. Então, restou contar com o papel. Contar com o que se lê. Contar com o que se interpreta numa simples leitura. Um elenco de estrelas. Estrelas que se apagaram em 2014. Estão em busca de um novo sol? Não sei. Mas é bem verdade que as estrelas Tardelli, Fernandinho e Ronaldinho Gaúcho estão longe do que podem render ao Galo.

Levir Culpi chegou agora. Não trabalhou na Cidade do Galo. Não houve tempo. Não há tempo. Há uma emergência. Hoje, no jogo contra o Grêmio, ficou nítido que o trabalho de Culpi será intenso e, talvez, um desafio para sua carreira. O novo técnico do Atlético terá pela frente a missão de consertar o atual campeão das Américas.

Hoje, sem dúvida, Levir conheceu o futebol atual do Galo. Teve a exata clarividência que a casa está desarrumada. Como administrar o que se viu em campo é sua tarefa. Não há algo bom em campo. Há sim um elenco que foi campeão. Foi.

Neste jogo contra o Grêmio, crucificar o garoto Alex Silva não é o caminho. Fizeram o mesmo com Marcos Rocha no começo de sua carreira. Ser lateral é algo complicado para o futebol moderno. Exige-se muita técnica, condição física e uma assertividade peculiar para função. O garoto neste jogo errou feio e precisa talvez de uma reciclagem no clube para não se queimar. A torcida do Galo é exigente. Com razão. Mas atenção: não se pode apagar a péssima atuação de Ronaldinho, Tardelli, Fernandinho, Donizete, Pierre e Emerson Conceição com erros do jogador que acabou de subir da base.

Levir em sua coletiva tentou explicar. Tentou motivar. Tentou achar palavras. “Eu vim praticamente assistir o jogo”, disse ele. Focou assunto na Libertadores. “O time vai ter que atacar. Temos de correr riscos”, afirmou o técnico. Temos de esperar muito trabalho do Levir. Neste momento, ele é o que pode trazer alguma redenção ao elenco campeão.


Quinta-feira Levir Culpi tem seu primeiro desafio profissional: são três dias para tentar fazer esse elenco do Atlético (que no papel é qualificado) reverter um resultado e se classificar diante de sua torcida na Libertadores. Falta toque de bola, falta acerto de passes, falta finalização, falta movimentação, falta conjunto, falta alegria, falta acordar para o ano de 2014. Quem sabe o sr. Levir Culpi seja o despertador!

sábado, 26 de abril de 2014

O carro, a garagem e o ônibus!

Manchete de ontem do EM: "PBH quer limitar vagas de garagem em prédios". Fiquei curioso em saber o porque. Resumindo: querem diminuir as vagas residencias e comerciais das garagens para incentivar o uso do transporte público. No começo da minha leitura, ainda no "lead" risos. No meio: risos. No fim: risos.
Será que um individuo da classe "A" ou "B", que tem recursos para guardar seus 2 ou 3 veículos,começarão então a utilizar o ônibus! O famoso e cheiroso BUSÃO!?

Tento imaginar um relator de uma lei dessa usando o transporte público para ir e voltar todos os dias. Para sair nos finais de semana com sua família.
Ora, quem tem proventos que lhe permite ter mais de um carro, tem recursos para pagar uma garagem mensal em qualquer lugar. 

Aliás, quem tem apenas um carro pensa dez vezes também se pegará ou não um ônibus para trabalhar ou sair no final de semana. Só se sabe o que é pegar e esperar um transporte público quem utiliza o serviço há 10,20,30 anos
.
Enfim,reduzir garagem para quem tem a grata oportunidade de ter mais de um carro não é a solução. É uma questão de oferecer serviço de transporte público de qualidade. Podem começar usando o trabalhador como cobaia! Veja algumas singelas dicas:

*Não deixar que diminuam o quadro dos ônibus fora do horário de pico porque o aumento não foi autorizado.
*Criar condições de tráfego seguro.
*Melhorar o tempo dos sinais.
* Acabar com as conversões desnecessárias que exigem mil semáforos em cada canto da cidade.
*Cobrar um preço de passagem justo ao trabalhador.
*Oferecer segurança pública de qualidade ao utilizados dos serviço público. 

Enfim, são apenas ideias que dispensariam a criação de projetos mirabolantes de lei. Enquanto pensam essas leis, manifestações e situações de riscos se desenham por aqui. Tem muita, mas muita coisa para se fazer e votar antes de uma lei como essa.

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Atlético 2014 (I)

Algumas considerações sobre o momento vivido pelo Galo:

1) Autuori pode até ser campeão, mas na raça. Time não marca gol e sem conjunto;
2) R10, Guilherme, Fernandinho e Tardelli totalmente perdidos em campo. Principalmente o Ronaldinho. Parece nunca terem jogados juntos;
3) Laterais estão só preocupados em marcar do que jogar, apoiar. Não há assertividade nos lances e há até certa eficiência na defesa, e só;
4) Quando o Galo ataca, Pierre fica após a linha do meio de campo como um armador. O que não é sua função e há jogadores para isso;
5) Alex Silva ontem apenas defendendo e muito nervoso em sua estreia na posição que realmente sabe jogar. Emerson ainda a ser analisado! rs;
6) O time está num momento confuso.Havia uma base. Um trabalho. Sumiu. Há preocupação, com razão, do torcedor com o conjunto;
7) Vi o Atlético voltar a ser temido em campo. Sabíamos que em qualquer momento sairia 1,2,3 gols! Isso foi estranhamente perdido;
8) Não se pode ter no goleiro, sempre, o melhor em campo!

A qualidade de finalização está ruim, erros graves nas poucas chances claras de gols. Consolo: ainda há tempo de resgatar o Galo campeão! Enfim. Estamos no começo. O título Mineiro foi-se num clássico.Até aí tudo bem. Mas a pouca eficiência de conjunto do Atlético me preocupa.

domingo, 13 de abril de 2014

Técnicos,professores!

Tecnicamente falando...

Flávio Domênico

Um personagem do futebol vem me instigando mais atenção: o técnico. Sabemos que eles são considerados pais, psicólogos, professores, orientadores, estrategistas e outros singelos e peculiares atributos.
Em Belo Horizonte, Cuca levou o Atlético a encantar e conquistar a América com um futebol ofensivo, principalmente na conquista da Libertadores. Marcelo Oliveira levou o Cruzeiro ao título Brasileiro. Cuca foi para a China e deu lugar a Paulo Autuori enquanto Marcelo segue firme na Raposa. Autuori é professor de educação física e Marcelo Oliveira ex-jogador. Ambos comandantes com qualidades diferentes. Estilos diferentes. No futebol pré-copa, treinadores do Galo e da Raposa seguem dando esperança de um bom ano.

Mas, fato é que, o treinador precisa ter bons olhos e ouvidos pacientes. É cobrado ferozmente pelo seu torcedor. E não é para menos: é o gestor do jogo. É o batimento cardíaco do elenco em campo. Seu papel: fazer com que seus onze atletas superem em técnica e tática seus oponentes! Fazer com que o jogador consiga enxergar e desejar a possibilidade do título. Fazer com que o elenco se arme e se supere nos gramados. E...claro...fazer o gol.

Interessante é que eles não podem esquecer um singelo detalhe: quase todo o torcedor e torcedora é um técnico! Estão aos gritos nas arquibancadas e nas poltronas.  O treinador é uma figura mística, enigmática e necessária. Seu papel é sim, um dos mais importantes.

Vejamos Josep Guardiola i Sala. Nítido que pesquisou muito esta função. Aperfeiçoou seu trabalho. Superou-se e se inventou novamente para ser um dos maiores treinadores da história do futebol moderno. Com apenas 43 anos, Pep Guardiola dispensa descrição de seu trabalho primoroso no Barcelona (inclusive como jogador) e agora à frente do alemão, Bayer de Munique.

Guardiola, assim como a maioria dos técnicos dos grandes clubes europeus, são táticos e conseguem mudar a estratégia do time ao longo do jogo. Não são óbvios. Não inventam muito. Não improvisam tanto. Tem um elenco apurado, técnico e milionário em suas mãos e os fazem jogar. Movimentação e muita qualidade nos toques de bola. Esboçam o caminho do gol!

Para não me estender muito em exemplos, volto em Pep Guardiola. Nítida evolução do futebol do Bayern desde sua chegada. Alguma mágica? Não! Estudo e dedicação. Conhecimento profundo do assunto. Não que os treinadores brasileiros não sejam estudiosos ou comprometidos, mas falta algo...

Autuori, por exemplo, completou 4 meses à frente do Atlético. Ninguém ainda conseguiu entender como joga o Galo. Qual é o esquema de jogo. Em certos momentos tenho a impressão que o elenco entra em campo e deixa acontecer. Lateral afunila para o meio. Não vai à linha de fundo. Raramente cruza uma bola. E o que me incomoda no Galo: praticamente o mesmo desenho do esquema Cuca. Não dá para pensar que Atlético e Cruzeiro (ou qualquer outro clube do Brasil) tenham hoje qualidade de conjunto para enfrentar um time de ponta da Europa. Não. Não dá.

Carecem aos técnicos de todo Brasil valorizarem mais a posse de bola em seus times. Ter toques ofensivos e objetivos. Prestar atenção em suas substituições e, principalmente, ter na manga alterações táticas durante a partida. Não dá para insistir anos num esquema único, onde não há variação. É dar oportunidade para o adversário matar o jogo. Continuo a destacar a incrível falta de movimentação dos elencos no Brasil.

Falta também ao atleta de futebol treinar mais os fundamentos básicos do esporte que ele se propôs a jogar. Cobrança de falta, escanteio, chutes a gol, troca de passes. O futebol brasileiro passa por um momento estranho. Muito dinheiro público gasto em obras da Copa do Mundo. O povo um tanto distante dos estádios. E aí, caro leitor, cara leitora, dói o coração, principalmente para quem conheceu o futebol antes do Brasil se oferecer para sediar a FIFA.


Assim, além de recuperar a imagem do futebol, o técnico hoje, talvez inconscientemente, exerça a sagrada função de guardião do esporte mais amado do brasileiro. Sua tarefa é árdua. É preciso estudar e reciclar. Talvez almejar a humildade de reconhecer que, no Brasil, o futebol está devendo em termos de conjunto. De alegria! E muito. Agora, se falta arrojo ao técnico, a técnica dos jogadores tem carecido de lapidação. Vamos torcer para que a bola mágica e alegre do Brasil não estacione no tempo e na história!

quarta-feira, 9 de abril de 2014

MERCADO DE TRABALHO

Era uma vez um talento
Flávio Domênico

No último domingo, a coluna Admite-se do Jornal EM publicou um artigo espetacular da sra. Paulette Melo, professora em CURSOS de MBA da FGV/IBS.
Neste artigo ela revela pesquisas que comprovam que, no Brasil, profissionais "talentosos" não tem espaço no mercado de trabalho e desaparecem por falta de incentivo dentro das próprias empresas.

"O que tem ocorrido é que não há um interesse autêntico dos gestores pelos profissionais talentosos e também não existe uma estrutura preparada para desenvolvê-los nas organizações", cita a professora
.
Ela continua dizendo que esses "profissionais se deparam com gestões autoritárias que os desmotivam no dia a dia, em vez de trabalhar o potencial deles. Faz com que o profissional fique na zona de conforto, o que é extremamente improdutivo".

Em seu artigo, Melo garante que, no século 21, a geração de valores econômicos só se susterão se gerarem valor social ao indivíduo. Gerências e gestões que não observam ou fadam seus talentos ao ostracismo da comodidade dentro das empesas não podem ser consideradas líderes.

"Devemos reavaliar essa realidade e perceber que é necessário repensar o talento nas organizações. Não devemos prosseguir multiplicando a mesmice e a mediocridade". Paulette termina dizendo que, por enquanto, o que se oferece atualmente é um inexpressivo gerenciamento desses talentos dentro das empresas.

Tal fato é uma realidade. E nos conforta que, tal artigo, tenha sido escrito por uma professora de MBA, de diversos cursos de uma das fundações mais procuradas pelos profissionais das linhas de frente das organizações: a FGV/IBS.

segunda-feira, 7 de abril de 2014

Faltou o desequilíbrio

Atlético e Cruzeiro fizeram um jogo extremamente equilibrado. Um clássico onde o único desequilíbrio foi a questão de torcida única. Por quê? É outro assunto. Mas desde já sinto falta da batalha equilibrada das duas torcidas. Bandeiras, festas, cantoria. Era assim. Era. São outros tempos. Eram melhores que os atuais? Não sei, talvez sim.

O próprio Cruzeiro abriu mão da carga de ingressos no Independência após o comportamento ruim dos torcedores do clube no último clássico. No Mineirão, Galo terá a cota de 10% de torcedores.

Um jogo truncado. Amarrado no meio de campo. Podemos dizer que raça não faltou para ambas equipes. Mas, em um jogo como esse, equilibrado e clássico, é necessário a presença de um atleta peculiar. Um jogador que seja diferente. Que faça algo diferente. Que saia do convencional. Isso faltou ontem ao Atlético para reverte a vantagem do Cruzeiro. 

Pelo lado celeste destaco a boa partida de Bruno Rodrigo. No Atlético Leandro Donizete e o lateral Alex Silva. Vale lembrar que o jovem lateral joga improvisado na esquerda. Esse improviso remete à paciência que o torcedor deve ter com esse jogador. Pode ser o substituto para uma eventual saída de Marcos Rocha. Outros jogadores do Galo como Victor, Guilherme, Otamendi e Leonardo Silva também se destacaram.

Agora é na Pampulha. Onde o Atlético se sagrou campeão Mineiro em 201, conquistando o primeiro título do Novo Mineirão. Uma vitória separa o time de Autuori do terceiro título consecutivo. Já o Cruzeiro, além de ter a vantagem do empate para ser campeão, terá por perto sua torcida. 

É aguardar. Faltou para ambas as equipes aquele jogador que decide. Que desequilibra. Jogo de domingo promete muitas emoções.