Páginas

segunda-feira, 7 de agosto de 2017

À procura da partida perfeita!

*publicado no jornal Gazeta da Lagoinha, Agosto/2017

"O futebol brasileiro passa por um momento intrigante. Se em 2003 o rapper D2 cantava que estava “à procura da batida perfeita”, hoje nos gramados os clubes e respectivos técnicos estão à procura não da batida, mas “à procura da partida perfeita”. Houve um tempo que se buscava o jogador perfeito, o craque, a revelação. Buscava-se um conjunto de jogadores qualificados que além de uma partida próxima de perfeita trariam títulos e resultados expressivos para seus clubes.

Esses jogadores desapareceram do Brasil no século XXI. O motivo é pauta para outra discussão!
Antes não era “o momento”, “o lampejo”, mas uma sequência, o casamento entre uma expressiva qualidade individual e o entrosamento do time em campo. Atrelado a um calendário desproporcional com o que se pode esperar em termos de qualidade de jogos, o futebol brasileiro vive um período de transição entre, o que foi um dia excepcional e o péssimo.

Antes do encontro entre Atlético e Corinthians cantei uma pedra quando me perguntaram o que eu esperava dessa partida. Minha resposta: se o Atlético jogar como vem jogando desde o final da era Levir Culpi perde o jogo. Se Rogério Micale conseguisse uma mágica chamada “conserto do time em dias” o Galo poderia então conquistar sua vitória. Não conseguiu a mágica...

Os paulistas dominaram o jogo em pleno Mineirão. Analisando o individual, em termos de elenco, eles estavam, até certo ponto, equilibrados com o Atlético. Mas o Corinthians apresentou um futebol compacto aliado à vontade e a um verdadeiro espírito de equipe.

Vale lembrar que o  discurso raça, no futebol moderno, virou mera obrigação. Vontade? Mera obrigação. Aliás, não faltou raça ao Galo neste jogo. Mas faltou o principal: jogar com espírito de equipe. O Atlético pode até ter esse espírito fora de campo, mas dentro de campo não tem. Não se vê entrosamento, movimentação, voluntariedade para dar opção de jogada. Ao menos, não se vê do time todo. E isso, até aqui, em todas as competições.

Chega a ser tão frenética a busca pela tal partida perfeita que há um debate generalizado no futebol brasileiro sobre propor jogo ou esperar o adversário propor. “Para você propor precisa saber preencher espaços; isso se dá com muito treinamento, e isso não consigo em pouco tempo”, disse Rogério Micale. “Não podemos jogar em linha muito baixa, mas, jogar em linha muito alta não casa com elenco que nós temos”, completou. E Micale está certo.

Mas, enquanto o Galo busca esse equilíbrio das linhas, o jogo contra os bolivianos do Jorge Wilstermann bate à porta e cobra um plano de urgência. A necessidade de reverter o placar no Mineirão para seguir em frente na Libertadores exigirá do Atlético algo muito superior ao que vem apresentando em campo nesta temporada.
O Cruzeiro leva uma situação parecida em termos de competições. Tem a chance clara do penta da Copa do Brasil e no Brasileiro vai figurando sem chance de disputa pelo título. Fato é que Mano Menezes também tenta encontrar na Raposa a fórmula certa de se jogar e, vejo um pouco seu esquema chegar próximo ao do Corinthians. Contudo, o Cruzeiro tem, a exemplo do Atlético, se apresentado ao longo da temporada de forma irregular.

Podemos ainda, ao observar Galo e Raposa, constatar que essa irregularidade muitas vezes é suprida pelo estilo copa, pela fórmula mata-mata. Acaba-se mascarando uma situação, pois, no mata-mata, vence quem foi melhor no tal momento! Podemos pensar: como um time que pode ser campeão da Libertadores e outro, que pode ser campeão da Copa do Brasil, não figuram entre os candidatos ao título num campeonato de pontos corridos? Seria o calendário? Seria elenco desqualificado? Seria falta de vontade e empenho?
O que nos apresentam no Brasil num geral: poucos jogos que cativam nossa atenção. Enquanto os craques e gênios estão hibernando em terras tupiniquins, nós, amantes do futebol, nos contentamos com a sensação do nosso futebol desta era: todos estão correndo contra o tempo “à procura da partida perfeita”!
  
Até a próxima!"

quinta-feira, 22 de junho de 2017

Comentário: Situação atual do Atlético

Novamente um jogo ruim. Não há culpa exclusiva do Roger nas péssimas atuações do Atlético. Cogitar mandá-lo embora agora seria assinar atestado de incompetência de gestão.

Atlético joga assim desde o final da era Levir. Passaram pelo Galo, técnicos bons e campeões. Contudo, não conseguiram dar um padrão ao elenco pós Libertadores e Copa do Brasil.

Não estou afastando a responsabilidade do Roger. Ele é o técnico. Ele é quem treina. Mas a cultura de culpar e demitir o treinador é ultrapassada. Diretoria acompanha o treino do Roger com seus jogadores. Sabe da capacidade do técnico, caso contrário não seria leviana em trazer o profissional para o clube.

É hora do Atlético parar e fazer uma reunião de gestão com todos que representam o trabalho da instituição. Não vou citar esse ou aquele jogador. Poucos realmente tem feito o diferente. Jogado com certa qualidade. Mas a grande maioria não vem se apresentando bem. Apresentação é ruim individualmente e num todo, como equipe.

Com essa postura em campeão não alimentaria esperança em vencer a Libertadores ou a Copa do Brasil. Mas, caso a postura mude e o futebol apareça, o Atlético tem chance de vencer, inclusive, as duas competições.  


Elenco do Galo excepcional? Não, bom.  Não está atrás de nenhum do Brasil. Agora é preciso que fique claro que, fomentar um time competitivo em campo não é preencher formulário do BID.

terça-feira, 14 de março de 2017

GALO: Dever de casa feito com capricho

O Atlético jogou sua melhor partida do ano contra o Tupi. Não que tenha superado algo intransponível, mas, fez um jogo equilibrado e compacto.

É um esboço de uma evolução querida e esperada do time sob o comando de Roger. Precisamos pensar: um passo de cada vez. O Galo finalmente se apresentou bem, fez os 4 x 0 e dominou os 90 minutos. Quanto ao Tupi ser um coadjuvante do jogo é outra discussão.

Robinho o melhor em campo. Pelo gol, pelo talento e, sobretudo, pela espetacular movimentação. Conduziu a goleada. Era para ser assim mesmo. O Galo se impondo e fazendo seu jogo aparecer. Num todo o time se encontrou em campo e, aos poucos, sinaliza compactação.

Cazares foi também um destaque. Pode ser muito melhor o equatoriano mas, ele fez sua melhor partida do ano. Não que tenha sido ótimo, mas pela primeira vez apresentou um quadro de despertar! Outros destaques para o sempre brilhante Gabriel e para o retorno de Luan.

Um comentário especial para torcida que apoiou o time. Usamos como exemplo o zagueiro Felipe Santana que, mesmo não fazendo uma grande partida, foi aplaudido nas bolas que ganhou. Se faltou um pouco de qualidade ao zagueiro, não faltaram compromisso e disposição.

Talvez faltem ao Galo alguns detalhes importantes para enfrentar os grandes desafios deste ano, mas não podemos negar: o dever de casa foi feito com capricho!

sábado, 4 de fevereiro de 2017

Mudança para buscar títulos!

O jogo de hoje do Atlético contra Tombense esboça uma melhora na qualidade coletiva do time em campo. Esboça. Se por um lado é injusto criticar agora qualquer ação do técnico Roger, por outro lado é cedo demais para dizer que ele acertou o jeito do time em campo.

Mesmo com fragilidade evidente do Tombense, o jogo se mostrou em alguns momentos equilibrado, principalmente no primeiro tempo. Lembrando que o adversário ainda teve um gol mal anulado. Mas no decorrer da partida a superioridade esperada do Atlético apareceu e os gols aconteceram.

Fizeram um ótimo jogo: Giovanni, Gabriel, Marcos Rocha, Otero, Fred e Pratto. E o destaque para excelente atuação do Danilo Barcelos. Danilo que, além da estrela, não esconde do jogo. Isso agrada muito. Teve totais méritos nos gols. E sem dúvida foi uma tarde de observação para Roger seguir clareando o que tem e o que não tem.

Chamo novamente a atenção para o Gabriel pela impressionante regularidade. Não sei se será zagueiro a carreira toda, mas como evolui o futebol dele!

Mais uns 2 a 3 jogos, o retorno de alguns jogadores, como Robinho e a chegada de Elias, são ingredientes para que o Galo siga firme no ano.

Neste sábado o Atlético acendeu a luz verde para 2017. Nota-se evolução!


#vamosGalo