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quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

É "NA TAL" DATA

Na Tal data a gente se sente diferente. Alegria permeia alguns. Tristeza permeia outros. Respira-se algo no ar. E não importa aqui a crença ou a diferença mas nossa carência está à flor da pele.

Na tal data lembra-se da família, dos amigos, de gente que já se foi. Lembra-se de presentes, comidas e bebidas (e a falta delas), doações, caridade, guerra, Noel, trenó, luzes, árvores, enfeites e às vezes da vida.

Cada um acredita naquilo que o faz feliz. Uns no nascimento do garotinho, outros naquilo que mais lhe aprouver. Não importa quando, aquilo que a gente acredita, nos leve a transbordar amor e paz para a rosa dos ventos.

Porque, Na tal data, há o pretexto para ser diferente. Não precisa fazer coisas mirabolantes. Por exemplo se "você quer fazer a paz acontecer no mundo, vá para casa é ame sua família" - Madre Tereza.
Gestos simples, coisas simples, que geram amor. Geram assim vida que requer comprometimento. Não há vida e amor sem compromisso.

Que nesta Na tal data a gente possa enxergar ao invés de teclas o brilho do olhar de um outro alguém. Que ao invés de sinais possamos ver os lábios se esticarem num sorriso.

Há muitos, talvez milhões querendo destruir tudo. São semeadores da dor. Mas a força dos poucos que ainda querem construir possui um aliado poderoso. Vamos construir. Vamos combater com amor e alegria, ações, gestos e palavras toda forma de destruição. E sou testemunha: um olhar de carinho faz cair uma muralha de ódio. Não existe cifras neste mundo capaz de comprar o verdadeiro amor. Ele nunca estará à venda na vitrine. Nunca!!

Na tal data já somos felizes. O motivo da felicidade é conhecido por muios há 2014 anos. Eu conheço e hoje desejo que meu coração esteja sempre aberto para essa luz de amor menino inundar eternamente minha vida.

Desejo o mesmo para todos meus amigos e amigas! Para as suas famílias, seus queridos e queridas também!

Na tal data que a gente seja simplesmente feliz!

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Passando tempo

Se começar a pesquisar no Face ou no google você encontra gente que simplesmente desapareceu da sua vida. Uma espécie de arquivo morto perdido na linha do tempo. É estranho. Entre elas amigos, amigas, conhecidos, gente que passou um dia pela estrada da nossa vida e se foi. Gente que já riu e já chorou com a gente. 

Eram de turmas de colégio, da igreja, dos botecos. O tempo nos rouba cenas...memórias...fecha livros e histórias.

E a vida segue. Cada um vai para um canto. Aparecem outros que desaparecem. 
Um dia, numa dobrinha de esquina, talvez você reencontre alguém. Talvez até mesmo aquele amigo ou amiga atual que você não vê há tempos.

Você vai descobrindo que "há tempos o encanto está ausente e há ferrugem nos sorrisos". 

Que o tempo tem sido adversário da vida. Neste duelo, o tempo tem lá seus jogadores reservas e a vida não. A vida simplesmente é vivida. 

O pior: muitas vezes temos saudades de nós mesmos...

sábado, 8 de novembro de 2014

A Copa do Brasil é mineira!

Atlético e Cruzeiro se enfrentam num duelo histórico pela final da Copa do Brasil. Espetacular! Um caminho conquistado por ambas as equipes com muita raça, gana e competência. O Cruzeiro, para ganhar seu quinto título da competição, terá de impedir o Atlético de ganhar seu primeiro! Os dois times trilharam um caminho focado e árduo para merecer essa taça. Os mineiros merecem. O Brasil merece. Hoje o melhor futebol do país está em Minas Gerais.

charge do amigo 
A chance da inédita final mineira da Copa do Brasil poderia ter servido de exemplo para o Brasil das torcidas de futebol. Poderia.

O fato é que Belo Horizonte cresceu e seu suntuoso estádio encolheu. Há pouco tempo o Mineirão tinha espaço para 120 mil torcedores. Num tempo em que chegar ao estádio era complicado, mas não um martírio. Estacionar era complicado, mas não um martírio. Torcer era complicado, mas não um martírio. Entrar no estádio exigia paciência, mas não um martírio. Num tempo em que se viam bandeiras e faixas ao longo do anel superior nas arquibancadas. E a torcida inflamava 90 minutos. É que nesta época o torcedor pedia para Deus mais duas gargantas emprestadas para cantar até o final em alto e bom som. A geral era uma espécie de amante dos amantes do futebol. Uma briga ali, uma confusão aqui, mas tudo era contornável e sem maiores delongas. Num tempo onde a polícia militar estava presente dentro do estádio gerando segurança e promovendo a paz entre os torcedores. Num tempo em que o Mineirão acolhia e gerava emprego para dezenas de barraqueiros e ambulantes. Era uma espécie de ecossistema que funcionava e encantava a todos.

Hoje, com a capacidade reduzida pela metade, o Mineirão vive apenas de lembranças do que era realmente um jogo entre Atlético e Cruzeiro. Hoje é quase uma fotografia. Quem frequentou antes não conseguiria imaginar que, um dia, o clássico fosse de uma torcida apenas. Quem frequentou antes não conseguiria imaginar que daríamos um gigantesco passo para trás na festa chamada partida de futebol em Minas Gerais. Justifica-se uma torcida pela falta de segurança. Mas o público hoje é três vezes menor que há dois anos! Vai entender...

Às vezes, quando passo pela Pampulha e não é dia de jogo, paro o carro e fico observando o sono do estádio. Vejo o Mineirão sonhando e suspirando essa época de ouro. Ele tem sentimentos. Ele sente saudades.  Já vi num desses sonhos ele até mesmo dar risadas. Talvez sejam as cócegas que a bagunça de torcedores do Galo e Raposa faziam nele ao pular freneticamente em suas trêmulas arquibancadas. Sim, porque o contato era de pele, no cimento, não havia sequer cadeiras. Era o torcedor e o estádio!

Hoje para se chegar ao Mineirão com um terço de sua capacidade antiga (como foi Atlético e Flamengo) você passa raiva e sufoco. Infelizmente o Atlético mandará sua partida da final no Independência. Torcida do Galo reduzida em um terço, uma vez que no Horto cabem apenas 22 mil torcedores. O Cruzeiro mandará seu jogo no Mineirão, partida essa que será a épica decisão. Ambos os jogos com torcida praticamente única, podendo ter a cota de 10% para o visitante. Lamentável. Ou temos competência e decência para se fazer como antes ou, provada nossa regressão social e de organização, que seja mesmo torcida única. E o singelo preço das finais: 200 reais o ingresso mais barato.

As finais da Copa do Brasil 2014 serão marcadas por serem inéditas e com o principal clássico regional do país. Mas perdemos a oportunidade do exercício da cidadania, da paz e da confraternização, do respeito e da esportividade.
Quem sabe ainda irão conseguir acordar o Mineirão deste pesadelo e deixar que ele possa se inspirar e voltar a sonhar!

Enfim, de tudo isso só temos a boa certeza: a Copa do Brasil é mineira!

domingo, 26 de outubro de 2014

Divisão e poder perpétuo

Dilma está reeleita. Seu partido comanda o Brasil, um país de dimensões continentais, desde 2002. São 16 anos no poder. 
A renovação foi rejeitada. Mas não pela maioria absoluta. O país está dividido. Talvez tenha ganhado o marketing. O discurso mais bem feito. Porque em termos de meritocracia não vejo vitória com tanta pungência. 

Que fosse o senador Aécio. Esse também não conseguiu convencer que estava disposto a alavancar projetos e dar rumos melhores ao país.
Erro de marketing? Talvez. Aliás, o discurso midiático e apelativo de ambas as partes me assustaram. Mais pelo lado do PT.

E vejo ao final alguns foguetes e gritos enfurecidos. Sim é o voto enfurecido como postei aqui ontem.
O certo é que vivemos numa bolha econômica que pode estourar a qualquer momento. Somos escravizados economicamente via cartão de crédito, empréstimos e cheque especial. Li num muro na rua da Bahia que o crédito é escravidão moderna. Também já postei essa foto aqui. 

O país não cresce, o desmatamento da Amazônia vem aumentando. A seca assusta. A violência assusta. Educação ruim e saúde doente. Não temos como comprar. Não dá mais para fazer dívidas. Compramos um imóvel pela CEF e pagamos dois. Compramos um carro (básico e ruim) e pagamos dois. Enquanto lá fora um trabalhador almeja um carro SRV aqui você se acaba para tentar ter um 1.0 básico. O Brasil se transformou no país do 1.0. Não é só por causa do PT. Isso vem de anos e anos. Em 2002 tive esperança que o presidente Lula daria outro rumo para nossa história. Mas não foi o que vi acontecer. Está tudo errado...em Minas, em São Paulo, no sul e no norte, estamos à deriva.
Enfim, boa sorte à presidente Dilma. Espero que ela procure semear a paz e o bem estar em nosso sofrido e perigoso país.

Tenho de ter esperança. Sim, afinal, 51% do país votou na Dilma e tem esperança ou acham que ela é a melhor. Serão todos burros? Quero acreditar que não. Por isso tenho ainda esperança. Mas ao final de 4 anos pode ser que essa esperança esteja enorme ou totalmente perdida.
Deus nos ajude!

sábado, 25 de outubro de 2014

O voto enfurecido

Debate sexta serviu para mostrar que estamos longe de ser uma sociedade e um país preocupado com a vida e a harmonia social.
Mais uma vez o palco do debate entre Dilma e Aécio tremeu tanto a ponto de desconcertar um dos maiores profissionais do jornalismo brasileiro.
Os ataques não deram espaço às propostas de alegria e paz social. Lembrou-me uma guerra. E a guerra tem o céu coberto por bombas e o chão colorido de vermelho, de sangue. Na guerra não importa o cérebro mas o dedo que aperta o botão do detonador. Na guerra não importa a dádiva da visão porque a cegueira é consorte do ódio. Na guerra não há espaço para abraços porque os braços estão ocupados segurando as foices da morte.
E toda guerra começa por palavras. Por discórdias. Por insultos e ironias. Por troca de olhares furiosos e comprometidos com o particular.
Todos os debates pareciam o primeiro estágio de uma guerra. Preocupa-me. E não venham me falar que isso é democracia.
Amanhã acordarei para votar. Ao votar não estarei completamente feliz e satisfeito, mas posso estar daqui 4 anos. Dependerá do executivo que eu desejo colocar nas sofridas cadeiras de Brasília. Paciência. São 4 anos de calma em aceitar e entender esse mundo estranho.
A verdade é que não sabemos o que é ter paciência. Como canta Lenine, "enquanto todo mundo espera a cura do mal e a loucura finge que isso tudo é normal, eu finjo ter paciência". A gente finge que é solidário e paciente, mas, na verdade, somos intolerantes e egoístas. Imediatistas. Aceitamos muitos fatos e dados de acordo com a onda.
E lendo Madre Tereza, descobri com ela que, talvez, o senhor da paciência seja o mal. Ele espera o tempo que for necessário para destruir e desmanchar a vida. E a gente embarca nisso.
Chega de falar que um candidato é da pobreza e o outro é da riqueza. Não dá mais. Vote naquele que você acredita mas, não embarque em discursos popularescos e vazios. Diga não ao fundamentalismo.
Lembre-se, que ao brigar como um louco pelas ruas por Aécio ou Dilma que, o seu candidato (a) a presidente (a) da república não pegará ônibus, não frequentará clubes populares, não terá carro popular, não ganhará um salário baixo, não usará cartão de crédito ou cheque especial para sobreviver, não sofrerá com falta de água e comida, não andará à pé e não terá filho estudando em escola pública.
Bom voto. Vote em paz!

sábado, 18 de outubro de 2014

ELEIÇÕES 2014

Denúncia: falta de água nos debates

Assusta-me a manipulação e o fanatismo político que vem se espalhando no Brasil. Vem de ambos os lados. Vem da esquerda, vem da direita, do centro, da diagonal, transversal, vem de tudo quanto é canto e direção.
Assusta-me debates para o cargo do mais alto executivo do Brasil ser pautado por ironias e acusações. Tenho visto o jornalismo ficando à parte disso tudo. Artigos opinativos que leio expressam mais uma posição partidária e apaixonada por bandeiras do que a realidade dos fatos. Nas pesquisas eu já não confio mais.
Se de um lado o PT se apresenta sedento por perpetuar seu poder, por outro, o PSDB tenta suprir a perda em vários estados. E lançam-se discursos de socialismo e capitalismo. É como se uma nação precisasse exatamente de um dos dois para sobreviver à miséria e aos caos social. Não é isso!
Varrendo a praça Afonso Arinos esta semana
Um singelo exemplo: não vi um candidato sequer tocar no assunto da água. Isso é o principal assunto do momento. Isso já é um temor real. Até porque a água, não demorará, será um parâmetro determinante para poder e moeda.

Não falam com propriedade sobre o desmatamento da Amazônia. E não quero saber se a Globo é isso ou aquilo, mas vi uma matéria excelente no Fantástico sobre a relação do desmatamento cruel da Floresta Amazônica com a falta de chuvas e as seca em locais até então irrigados por farturas de água.
Nenhum candidato até agora mencionou esse problema de forma veemente. E a energia elétrica que move o país? Vem principalmente da força da água. Como usar os smartphones, computadores, satélites, televisores, rádios, sem ela? Como iluminar as ruas e as casas? Sim, isso tudo vem, principalmente da água. Mas todos, todos, se esquecem disso.
Um detalhe menos importante que por tudo para funcionar: e o consumo de água para o organismo humano e animal? Como será?
Aqui em Belo Horizonte já falta água em alguns bairros. Vários amigos e amigas já notam falta de pressão em suas torneiras. E vão colocar a culpa num banho demorado!? Em lavar roupas e vasilhas?
Aprendemos nas aulas de geografia que as matas ciliares protegiam os rios. Mas ignoramos. Veja Macacos, nascente do Arrudas, Serra do Curral. Tudo poluído e destruído por nós, pelo lixo, pela mineração e assolado pelo desmatamento em nome do progresso!
Enquanto isso o debate na tv é pautado por agressões verbais e olhares enfurecidos e sedentos por poder. Os grupos estão desesperados. Vamos perder o poder!! Meu Deus!
É de se vomitar tudo isso. É um nojo.
Não votarei nulo ou em branco. Votarei. Votarei por mudança e por esperança que algo novo nos ajude. Não tenho nada contra esse ou aquele partido. Não morro de amores por esse ou aquele candidato. Morro de amores é pela minha família e pela vida
.
Temo chegarmos a situações de caos, de desespero, de violência extrema.
E termino afirmando: se os partidos políticos brasileiros estivessem realmente preocupados com o Brasil, se uniriam para construir uma sociedade justa e próspera. Por que a urgência bate à porta. Mas não é isso que eles almejam!
Falta água nos debates, quem sabe esse não foi o motivo de nossa atual presidente ter passado mal ao vivo no SBT.
Fim. Vou ali tomar um copo d'água. Acabou de ler? Corre lá e toma também, aproveite enquanto tem!

terça-feira, 30 de setembro de 2014

Minha rendição

Domingo abandonei o debate da Record no meio. Era o sono. Mas realmente me assustou. Não o que falaram ou suas posições. Mas a forma como caminha a estrutura da sociedade.
Assuntos atomizados e jogados à revelia para um e para outro. É como se o cérebro do eleitor fosse uma redinha de pingue e pongue a expiar a rapidez da bola de um lado para o outro. Sou isso, farei aquilo, você é isso, você fará aquilo. Realmente o tempo não para, tanto que quando éramos sóbrios escrevíamos "para" verbo com acento! Sim, para diferenciar do "para" preposição. Hoje é tudo igual. Como tudo no mundo querem colocar igual. No mesmo patamar.
Vivemos num calor insuportável criado por nós mesmos.Um calor temperamental e de ideias (também sem acento!). Seria já o inferno emergindo na linda terra azul? Talvez.
Estão mudando tudo. Simplificando tudo. Tudo então está no mesmo patamar. Pegamos pessoas para condená-las e cuspimos no nosso próprio prato. Estamos por demasia perdidos entre a fé e a razão, entre ser imbecil e ser nosso coração.
Assim caminhamos do mesmo jeito para comer, votar, dormir, trabalhar, estudar, passear, chegar em casa, ir se divertir. Onde isso tudo vai dar? Não há resposta. Nossos filhos, nossos amigos, nossas famílias, recebem a miséria do nosso tempo. O que sobra. O resto e junto, o cansaço. E vamos à tv para expor comportamentos e projetos, para fazer valer nosso ser midiático e sobrepor nosso controle à vontade do bem estar comum. Aí o eufemismo de meu texto tem de aparecer: no meio desse liquidificador que bate e nos oferece uma vitamina de frutos podres e estragados nos resta ainda uma pontinha de esperança.
E, a única certeza que eu tenho é que perdemos a fé...e paralela à ela estamos perdendo nossa razão de ser...de existir. Em breve chamar um ser do bem de "humano" poderá ser uma terrível ofensa.
Num mundo onde o Sagrado é balela, por vezes comércio e, Deus, uma viagem de alienação, eu me rendo à cada dia ao Homem que venceu a cruz.

sábado, 13 de setembro de 2014

A safra é fraca

*texto publicado no Jornal Gazeta da Lagoinha

Esse papo de safra fraca no futebol brasileiro já virou retórica. Por um lado é correto afirma que não temos grandes craques por aqui. Não se encontra por aí grandes talentos com a bola nos pés como há algum tempo atrás. Mas, por outro lado, há jogadores que, se bem organizados em campo, podem ajudar seus clubes a se reencontrarem. Um bom exemplo é o Cruzeiro. Um time sem uma grande estrela e sem um grande craque. Mas é um time com bons jogadores, bem treinado e que evolui dentro de campo. Um time que o treinador consegue alterar o perfil de sua armação e focar no objetivo da vitória. E o melhor: um time que marca gol.

Como já disse aqui em edições anteriores, hoje o papel do técnico de futebol gira em torno de uma responsabilidade ainda maior. O técnico é quem define o esquema de jogo ou o altera durante o jogo. Sim, porque escalar jogador de acordo com sua função e substituí-lo por outro igual é fazer apenas o básico. Geralmente é isso que se vê nos comandos técnicos por aqui. Talvez antes, os gênios e fenômenos supriam a necessidade de um excelente comandante. Mas eles voltaram para suas lâmpadas. Estão escondidos neste país de tamanho continental chamado Brasil. E o pior: não apareceu ainda ninguém competente para achá-los... ou lapidá-los.

Com raras exceções, o futebol brasileiro se limita às carências de profissionais atualizados. Por detrás disso existe ainda um esquema de futebol retrógado que parou no tempo. Isso tem um preço. Um bom exemplo é a CBF e a insistência de Dunga na seleção.

A seleção brasileira é o espelho do futebol brasileiro. Desorganizada, perdida em campo, dependente de lampejos individuais e pressionada pelo glorioso passado histórico.
É fato afirmar que, Marcelo Oliveira no Cruzeiro apresenta, sem ter o direito à uma seleção de craques, um futebol infinitamente superior ao proposto por Dunga no comando de seus selecionáveis. Duas vitórias com dois gols de bolas paradas. Beira ao ridículo. E se antes se parava tudo para assistir um jogo do Brasil, hoje é um sacrifício ficar acordado para ver o que estão arrumando pós 7 x 1.

Dorival Jr. no último programa “Bem,amigos” ressaltou o óbvio e o que eu já falei várias vezes aqui: os técnicos brasileiros não evoluíram e sofrem frente à escassez de jogadores que possam resolver a partida sozinhos em campo.
Levir Culpi, por exemplo, herdou do Atlético um time campeão da Libertadores 2013 e hoje se limita a ter 50% de aproveitamento no campeonato brasileiro. O Galo de Levir, embora mantenha um suposto esquema próximo daquele de Cuca, está longe do futebol vibrante e competitivo de antes. Falta algo. Falta muito em campo. Nota-se a ausência de um esquema e capacidade de alteração de jogo durante as partidas. Falta inclusive o básico para vencer: fazer os gols!

Para terminar, destaco que, no Campeonato Mineiro 2014, pouca coisa se destacou, mas, tivemos algo novo: Moacir Júnior e seu auxiliar Altair Coimbra. Ambos faziam um trabalho muito bom no Tombense. O time de Tombos estava no caminho para almejar uma classificação para fase final até que o Coelho os levou para sua toca. Resultado: mesmo com um time limitado (assim como era o da Tombense) e com uma campanha até então ruim, o técnico armou, treinou e classificou o América para fase final do Mineiro. Hoje o América luta forte para terminar a série B no G4 e figurar entre a elite em 2015.

Safra...safra...safra...paremos com esse discurso. Lembremos aos técnicos que, um bom profissional tem de trabalhar e render com o que seu contratante lhe ofereceu. Lembremos que ele aceitou trabalhar sabendo o que tinha. Então é hora de arregaçar as mangas e gerar resultado.
E resultado se vem com estudo, perseverança e muito treino!

Lembrando que, para que venham os tempos de boa colheita e, conseqüentemente de boa safra, é preciso semear e cuidar das boas sementes! 

terça-feira, 12 de agosto de 2014

O futebol como ele não é!

O esporte com a bolinha nos pés grita por socorro em nosso país. Aliás, como tudo por aqui. O futebol sente na pele o que é ser brasileiro. O individuo sente na pele o que é ser torcedor brasileiro num estádio. Até a bola...ah a bola...tem sofrido nos gramados tupiniquins. A safra não é boa? Os treinadores são ruins? Os clubes brasileiros pararam no tempo? Os torcedores foram tirados do estádio? Se você bater todas essas perguntas num liquidificador a resposta é: Brasil 1, Alemanha 7. Esse é o negativo que vem se revelando do retrato de nosso futebol.
Um dos motivos principais, já ditos por mim aqui, é a falta da prática livre do esporte na própria infância. Não a falta do futebol pago, mas do futebol espontâneo, das peladinhas. Ali, a criança desenvolvia sua interação com outras crianças, seu físico, sua mente e sua habilidade de jogar. Na rua, em campos irregulares, em quadras de futebol de salão. Isso não se consegue dentro de quatro paredes ou quatro telas de uma escolinha paga.

É interessantíssimo os jogadores chegarem ao clube e não saberem jogar. A maioria é assim. Lateral que não sabe correr, apoiar, cruzar; atacante que não sabe definir. Volante que não sabe dar um passe de retomada de jogo; meio campo que não sabe armar; zagueiro que não sabe defender. No gol alivio um pouco, temos bons goleiros no Brasil. Falta reflexo aos jogadores, habilidade para improvisar. Acho que todos os jogadores atuais de campo deveriam treinar em quadras de futebol de salão para aprenderem a rapidez e o improviso.

Também já falei dos técnicos aqui. Vamos exemplificar com o Dunga. Se ele não se reciclou e estudou muito enquanto esteve fora da amarelinha não fará e não acrescentará absolutamente nada. Poucos são os técnicos que mostram aqui no Brasil que tem a equipe bem treinada e estruturada. Mesmo com elencos limitados, a mudança tática durante um jogo pode ser um trunfo de um técnico. Mas isso não vem acontecendo.

Verdade, caro leitor e cara leitora, é que os craques e gênios do futebol brasileiro estão desaparecendo. Estão à beira da extinção. Culpa de um sistema que prioriza apenas o lucro e a riqueza. A começar pelo interesse do público que é cada vez menor. Um torcedor não quer ir a um jogo! Ele quer acompanhar o time na campanha. Sempre foi assim. Mas hoje para se ir ao estádio paga-se absurdamente caro para assistir algo absurdamente barato. Assim caminha este esporte tão querido e tão destruído.

Os campos estão cada vez mais vazios, frios e calados. O torcedor está distante. Caso não reformulem o futebol e pensem nas crianças e na alegria do público que gosta do esporte, ele está fadado a se tornar um esporte qualquer.

Hoje, no Brasil, temos assistido o futebol como ele não é....

segunda-feira, 14 de julho de 2014

A Copa dos gringos!

Parabéns aos alemães. Pelo título da Copa 2014. Pela aula de organização. Por mostrar que planejamento e dedicação trazem paz, alegria e resultado.

Tenho certeza ainda que, a seleção e muitos torcedores da Alemanha sabem de uma realidade (não são ignorantes): pouquíssimos brasileiros tem condições de descansar e passear com sua família num resort como eles ficaram aqui no nosso país. Que a grande maioria do trabalhador brasileiro sofre para conseguir pagar suas contas, seu pão do dia a dia, seu cartão de crédito e seu cheque especial.

É bem verdade que de frente para um lindo mar, sol, areia, peixe, alegria e servidão, os alemães souberam aproveitar. Se encantaram e rapidamente quiseram fazer algo. Não irei aferir o tamanho da benevolência alemã. Mas a intenção em se fazer algo por alguém já é um agente transformador.

Espero que os responsáveis em gerir o Brasil tenham aprendido que ser rico é diferente de ser ostentador e soberbo. Que a ostentação é segregadora. Mas compartilhar a intenção de estar bem na vida pode transformar a realidade de uma sociedade.

O que queremos para o Brasil é que algum grupo capaz pense realmente no próprio brasileiro! Fizemos uma linda Copa, mas para os gringos. Não tivemos sequer o cuidado e a decência de fazer uma bela copa, no mínimo, dentro dos gramados para o povo brasileiro. Está tudo muito errado gente...muito.

sábado, 24 de maio de 2014

A vida como ela não é...

Flávio Domênico
Fim dos trabalhos no Memorial Minas Vale. Cumprimentos pelo evento. Fotos e aplausos. Desço as suntuosas escadas em meio à muita informação. Estudantes para todos os lados. Que bom!
De repente sinto o cheiro de terra. Sinto cheiro da imagem, do clique preciso. De repente estou numa galeria com fotos de Sebastião Salgado.

Salgado mostrando o lado não tão doce da vida. Salgado sendo sal da terra e sua câmera aproveitando a luz do mundo. São muitos os registros. Mas fui aprisionado por um. Fiquei por aproximadamente dez minutos contemplando a imagem.
Um deserto, uma mãe, dois filhos nus, uma mãe, o sol, uma mãe, a caminhada, uma mãe, a peleja, uma mãe
.
Registrei a foto para eu lembrar em casa. Jamais cometeria o infortúnio de publicá-la porcamente aqui. Respeito. Jamais conseguirei colocar em letras o que vi naquela imagem.
Mas vi a vida sendo vida. Mas vi a vida sendo ceifada. Mas vi a vida sendo querida. Mas vi a vida sendo sofrida. Mas vi a vida almejando viver.

Então me recolho em minha pequinês. Desfiz de minhas construções e juntei os meus tijolos. Aquela imagem, em seu silêncio, gritou em meus ouvidos.
Vivemos a vida como ela não é. Acredite.
Silêncio e um liquidificador de sentimentos me levaram pelo caminho de volta.

quinta-feira, 8 de maio de 2014

A COPA (I)

Convocação feita. Lista pronta. Eles foram chamados por mérito, lobby, indicação, exigência, enfim, os atletas estão definidos. A "festa" está pronta. Há anos,se a Copa do Mundo de Futebol FIFA fosse aqui no Brasil, talvez em 1982, eu não dormiria mais a partir de agora de tanta ansiedade. Em 86 também não. Passaria meus tempos livres nas quadras do Conjunto IAPI jogando "pelada" e sonhando em ser jogador. Tentaria como um louco completar meu álbum ping pong de figurinhas e lamentando o Reinaldo fora da convocação final.

Mas o tempo passou. Muita coisa mudou. Muita coisa, contudo, evoluiu também no mundo do futebol. Do esporte. Na Europa, por exemplo. Talvez nem tanto aqui no Brasil. Nos países subdesenvolvidos. Por aqui o povo cada vez mais passivo e observador acompanhou a decisão há anos que o país seria a sede da FIFA. 

Nada ocorreu. Continuou-se a vida. E começou a corrida em busca da Copa novamente em solo brasileiro. Muitos absurdos inexplicáveis aconteceram. Investimentos colossais em estádios pelos brasis afora. Dinheiro público, privado, enfim, uma vitamina de investimentos. Aos trancos e barrancos a coisa ficou pronta. Sim...ficou.

Mas,se de um lado a copa traz uma certa alegria ao país do futebol, por outro revela o lado negro da sociedade canarinho. Os hospitais continuam ruins. As escolas públicas ruins e as particulares caríssimas! Falta saneamento básico. Falta emprego e salário de qualidade. Falta gente para gerir os bens e recursos públicos. Falta cuidar das crianças de Pelé. Falta honestidade. Falta vontade política e também vontade da sociedade. Falta amor. Falta caridade. Falta não fazer a falta.
É tanta falta que já sairia no começo do jogo um cartão vermelho para o Brasil. (continua...)

sexta-feira, 2 de maio de 2014

A Culpi é de quem?

Flávio Domênico

Os quarenta e cinco minutos iniciais do Atlético contra o Nacional da Colômbia foram diferentes? Sim! Mas apenas num ponto: o Galo adiantou a marcação. Levir não teve tempo. Manteve, assim como Autuori, o antigo esquema de jogo do elenco. Havia indícios que a exaurida “tática Cuca” poderia surtir ainda algum efeito. E, numa espécie de lampejo, Fernandinho acertou um belo chute e o Galo marcava seu primeiro gol na partida. O preto e branco se revestia de verde, de esperança.

Vestiário. Intervalo que costuma ser renovador. Mas não foi. Veio o segundo tempo e o time caiu drasticamente de produção. Passando indícios até mesmo de uma possível falta de preparo físico dos jogadores. Levir tinha poucas cartas agudas na manga para alteração. Mas, se Autuori parecia não treinar e não conhecer de futebol, Levir ontem mostrou que não conhecia bem o atual elenco do Atlético. Não foi feliz em suas mudanças.

As alterações foram ruins e houve algo que considero pior: o improviso. A entrada de Réver no lugar de Pierre foi um erro fatal. Atleta fora de forma, de ritmo e fora de sua posição. Não. Réver não é um bom volante e não atua nesta posição. Estava determinado o improviso. Se a mudança era tirar Pierre, Culpi tinha Rosinei. O volante estava relacionado, estava no banco. Leva-me a entender que, se está no banco, é porque tem condições de jogo. Improviso por improviso, o técnico atleticano poderia poupar o garoto Alex Silva, que não estava bem, colocando Réver então em seu lugar e deslocando Otamendi para lateral direita.

Ronaldinho mais uma vez não rendeu. Tardelli também não. Guilherme numa oportunidade clara de gol deu o toque a mais e errou. Jô também não se acertou. O lateral Emerson Conceição ainda não mostrou absolutamente nada que justifique sua contratação. Os volantes errando na saída e no passe. Laterais que não apoiam e são deficientes em marcar. Resultado é a sobrecarga na zaga e no espetacular goleiro Victor.

A desclassificação no fim do jogo para os colombianos foi amarga. Preço alto que o Galo pagou por quatro meses de um trabalho mal executado e mal planejado. Kalil passou por mim triste e cabisbaixo. Mas o presidente não era o único decepcionado. A torcida também estava assustada. O time dos sonhos se tornara um pesadelo. A alegria ontem deu lugar à tristeza. Kalil é o presidente que conquistou a Libertadores. Não podemos apagar tal feito extraordinário desta diretoria. Mas a vida esportiva segue e uma instituição de futebol não é um museu.


O Atlético deve ligar o alerta para seguir em frente nas outras competições. Chegou o tempo para o técnico Levir. O duradouro esquema de Cuca foi vencedor, mas, o prazo de validade está vencido. Que venha agora algo estudado e pensado. Motivação apenas é pouco. Infelizmente é a hora de voltar à estaca zero no Galo. Pensar um novo 2014. Que venham as boas mudanças. Que volte o futebol.

domingo, 27 de abril de 2014

Culpi para despertar

Grêmio com time reserva. Levir escalou Atlético titular. Não havia tempo. Era a hora de observar o que já deveria ter sido observado. Então, restou contar com o papel. Contar com o que se lê. Contar com o que se interpreta numa simples leitura. Um elenco de estrelas. Estrelas que se apagaram em 2014. Estão em busca de um novo sol? Não sei. Mas é bem verdade que as estrelas Tardelli, Fernandinho e Ronaldinho Gaúcho estão longe do que podem render ao Galo.

Levir Culpi chegou agora. Não trabalhou na Cidade do Galo. Não houve tempo. Não há tempo. Há uma emergência. Hoje, no jogo contra o Grêmio, ficou nítido que o trabalho de Culpi será intenso e, talvez, um desafio para sua carreira. O novo técnico do Atlético terá pela frente a missão de consertar o atual campeão das Américas.

Hoje, sem dúvida, Levir conheceu o futebol atual do Galo. Teve a exata clarividência que a casa está desarrumada. Como administrar o que se viu em campo é sua tarefa. Não há algo bom em campo. Há sim um elenco que foi campeão. Foi.

Neste jogo contra o Grêmio, crucificar o garoto Alex Silva não é o caminho. Fizeram o mesmo com Marcos Rocha no começo de sua carreira. Ser lateral é algo complicado para o futebol moderno. Exige-se muita técnica, condição física e uma assertividade peculiar para função. O garoto neste jogo errou feio e precisa talvez de uma reciclagem no clube para não se queimar. A torcida do Galo é exigente. Com razão. Mas atenção: não se pode apagar a péssima atuação de Ronaldinho, Tardelli, Fernandinho, Donizete, Pierre e Emerson Conceição com erros do jogador que acabou de subir da base.

Levir em sua coletiva tentou explicar. Tentou motivar. Tentou achar palavras. “Eu vim praticamente assistir o jogo”, disse ele. Focou assunto na Libertadores. “O time vai ter que atacar. Temos de correr riscos”, afirmou o técnico. Temos de esperar muito trabalho do Levir. Neste momento, ele é o que pode trazer alguma redenção ao elenco campeão.


Quinta-feira Levir Culpi tem seu primeiro desafio profissional: são três dias para tentar fazer esse elenco do Atlético (que no papel é qualificado) reverter um resultado e se classificar diante de sua torcida na Libertadores. Falta toque de bola, falta acerto de passes, falta finalização, falta movimentação, falta conjunto, falta alegria, falta acordar para o ano de 2014. Quem sabe o sr. Levir Culpi seja o despertador!

sábado, 26 de abril de 2014

O carro, a garagem e o ônibus!

Manchete de ontem do EM: "PBH quer limitar vagas de garagem em prédios". Fiquei curioso em saber o porque. Resumindo: querem diminuir as vagas residencias e comerciais das garagens para incentivar o uso do transporte público. No começo da minha leitura, ainda no "lead" risos. No meio: risos. No fim: risos.
Será que um individuo da classe "A" ou "B", que tem recursos para guardar seus 2 ou 3 veículos,começarão então a utilizar o ônibus! O famoso e cheiroso BUSÃO!?

Tento imaginar um relator de uma lei dessa usando o transporte público para ir e voltar todos os dias. Para sair nos finais de semana com sua família.
Ora, quem tem proventos que lhe permite ter mais de um carro, tem recursos para pagar uma garagem mensal em qualquer lugar. 

Aliás, quem tem apenas um carro pensa dez vezes também se pegará ou não um ônibus para trabalhar ou sair no final de semana. Só se sabe o que é pegar e esperar um transporte público quem utiliza o serviço há 10,20,30 anos
.
Enfim,reduzir garagem para quem tem a grata oportunidade de ter mais de um carro não é a solução. É uma questão de oferecer serviço de transporte público de qualidade. Podem começar usando o trabalhador como cobaia! Veja algumas singelas dicas:

*Não deixar que diminuam o quadro dos ônibus fora do horário de pico porque o aumento não foi autorizado.
*Criar condições de tráfego seguro.
*Melhorar o tempo dos sinais.
* Acabar com as conversões desnecessárias que exigem mil semáforos em cada canto da cidade.
*Cobrar um preço de passagem justo ao trabalhador.
*Oferecer segurança pública de qualidade ao utilizados dos serviço público. 

Enfim, são apenas ideias que dispensariam a criação de projetos mirabolantes de lei. Enquanto pensam essas leis, manifestações e situações de riscos se desenham por aqui. Tem muita, mas muita coisa para se fazer e votar antes de uma lei como essa.

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Atlético 2014 (I)

Algumas considerações sobre o momento vivido pelo Galo:

1) Autuori pode até ser campeão, mas na raça. Time não marca gol e sem conjunto;
2) R10, Guilherme, Fernandinho e Tardelli totalmente perdidos em campo. Principalmente o Ronaldinho. Parece nunca terem jogados juntos;
3) Laterais estão só preocupados em marcar do que jogar, apoiar. Não há assertividade nos lances e há até certa eficiência na defesa, e só;
4) Quando o Galo ataca, Pierre fica após a linha do meio de campo como um armador. O que não é sua função e há jogadores para isso;
5) Alex Silva ontem apenas defendendo e muito nervoso em sua estreia na posição que realmente sabe jogar. Emerson ainda a ser analisado! rs;
6) O time está num momento confuso.Havia uma base. Um trabalho. Sumiu. Há preocupação, com razão, do torcedor com o conjunto;
7) Vi o Atlético voltar a ser temido em campo. Sabíamos que em qualquer momento sairia 1,2,3 gols! Isso foi estranhamente perdido;
8) Não se pode ter no goleiro, sempre, o melhor em campo!

A qualidade de finalização está ruim, erros graves nas poucas chances claras de gols. Consolo: ainda há tempo de resgatar o Galo campeão! Enfim. Estamos no começo. O título Mineiro foi-se num clássico.Até aí tudo bem. Mas a pouca eficiência de conjunto do Atlético me preocupa.

domingo, 13 de abril de 2014

Técnicos,professores!

Tecnicamente falando...

Flávio Domênico

Um personagem do futebol vem me instigando mais atenção: o técnico. Sabemos que eles são considerados pais, psicólogos, professores, orientadores, estrategistas e outros singelos e peculiares atributos.
Em Belo Horizonte, Cuca levou o Atlético a encantar e conquistar a América com um futebol ofensivo, principalmente na conquista da Libertadores. Marcelo Oliveira levou o Cruzeiro ao título Brasileiro. Cuca foi para a China e deu lugar a Paulo Autuori enquanto Marcelo segue firme na Raposa. Autuori é professor de educação física e Marcelo Oliveira ex-jogador. Ambos comandantes com qualidades diferentes. Estilos diferentes. No futebol pré-copa, treinadores do Galo e da Raposa seguem dando esperança de um bom ano.

Mas, fato é que, o treinador precisa ter bons olhos e ouvidos pacientes. É cobrado ferozmente pelo seu torcedor. E não é para menos: é o gestor do jogo. É o batimento cardíaco do elenco em campo. Seu papel: fazer com que seus onze atletas superem em técnica e tática seus oponentes! Fazer com que o jogador consiga enxergar e desejar a possibilidade do título. Fazer com que o elenco se arme e se supere nos gramados. E...claro...fazer o gol.

Interessante é que eles não podem esquecer um singelo detalhe: quase todo o torcedor e torcedora é um técnico! Estão aos gritos nas arquibancadas e nas poltronas.  O treinador é uma figura mística, enigmática e necessária. Seu papel é sim, um dos mais importantes.

Vejamos Josep Guardiola i Sala. Nítido que pesquisou muito esta função. Aperfeiçoou seu trabalho. Superou-se e se inventou novamente para ser um dos maiores treinadores da história do futebol moderno. Com apenas 43 anos, Pep Guardiola dispensa descrição de seu trabalho primoroso no Barcelona (inclusive como jogador) e agora à frente do alemão, Bayer de Munique.

Guardiola, assim como a maioria dos técnicos dos grandes clubes europeus, são táticos e conseguem mudar a estratégia do time ao longo do jogo. Não são óbvios. Não inventam muito. Não improvisam tanto. Tem um elenco apurado, técnico e milionário em suas mãos e os fazem jogar. Movimentação e muita qualidade nos toques de bola. Esboçam o caminho do gol!

Para não me estender muito em exemplos, volto em Pep Guardiola. Nítida evolução do futebol do Bayern desde sua chegada. Alguma mágica? Não! Estudo e dedicação. Conhecimento profundo do assunto. Não que os treinadores brasileiros não sejam estudiosos ou comprometidos, mas falta algo...

Autuori, por exemplo, completou 4 meses à frente do Atlético. Ninguém ainda conseguiu entender como joga o Galo. Qual é o esquema de jogo. Em certos momentos tenho a impressão que o elenco entra em campo e deixa acontecer. Lateral afunila para o meio. Não vai à linha de fundo. Raramente cruza uma bola. E o que me incomoda no Galo: praticamente o mesmo desenho do esquema Cuca. Não dá para pensar que Atlético e Cruzeiro (ou qualquer outro clube do Brasil) tenham hoje qualidade de conjunto para enfrentar um time de ponta da Europa. Não. Não dá.

Carecem aos técnicos de todo Brasil valorizarem mais a posse de bola em seus times. Ter toques ofensivos e objetivos. Prestar atenção em suas substituições e, principalmente, ter na manga alterações táticas durante a partida. Não dá para insistir anos num esquema único, onde não há variação. É dar oportunidade para o adversário matar o jogo. Continuo a destacar a incrível falta de movimentação dos elencos no Brasil.

Falta também ao atleta de futebol treinar mais os fundamentos básicos do esporte que ele se propôs a jogar. Cobrança de falta, escanteio, chutes a gol, troca de passes. O futebol brasileiro passa por um momento estranho. Muito dinheiro público gasto em obras da Copa do Mundo. O povo um tanto distante dos estádios. E aí, caro leitor, cara leitora, dói o coração, principalmente para quem conheceu o futebol antes do Brasil se oferecer para sediar a FIFA.


Assim, além de recuperar a imagem do futebol, o técnico hoje, talvez inconscientemente, exerça a sagrada função de guardião do esporte mais amado do brasileiro. Sua tarefa é árdua. É preciso estudar e reciclar. Talvez almejar a humildade de reconhecer que, no Brasil, o futebol está devendo em termos de conjunto. De alegria! E muito. Agora, se falta arrojo ao técnico, a técnica dos jogadores tem carecido de lapidação. Vamos torcer para que a bola mágica e alegre do Brasil não estacione no tempo e na história!

quarta-feira, 9 de abril de 2014

MERCADO DE TRABALHO

Era uma vez um talento
Flávio Domênico

No último domingo, a coluna Admite-se do Jornal EM publicou um artigo espetacular da sra. Paulette Melo, professora em CURSOS de MBA da FGV/IBS.
Neste artigo ela revela pesquisas que comprovam que, no Brasil, profissionais "talentosos" não tem espaço no mercado de trabalho e desaparecem por falta de incentivo dentro das próprias empresas.

"O que tem ocorrido é que não há um interesse autêntico dos gestores pelos profissionais talentosos e também não existe uma estrutura preparada para desenvolvê-los nas organizações", cita a professora
.
Ela continua dizendo que esses "profissionais se deparam com gestões autoritárias que os desmotivam no dia a dia, em vez de trabalhar o potencial deles. Faz com que o profissional fique na zona de conforto, o que é extremamente improdutivo".

Em seu artigo, Melo garante que, no século 21, a geração de valores econômicos só se susterão se gerarem valor social ao indivíduo. Gerências e gestões que não observam ou fadam seus talentos ao ostracismo da comodidade dentro das empesas não podem ser consideradas líderes.

"Devemos reavaliar essa realidade e perceber que é necessário repensar o talento nas organizações. Não devemos prosseguir multiplicando a mesmice e a mediocridade". Paulette termina dizendo que, por enquanto, o que se oferece atualmente é um inexpressivo gerenciamento desses talentos dentro das empresas.

Tal fato é uma realidade. E nos conforta que, tal artigo, tenha sido escrito por uma professora de MBA, de diversos cursos de uma das fundações mais procuradas pelos profissionais das linhas de frente das organizações: a FGV/IBS.

segunda-feira, 7 de abril de 2014

Faltou o desequilíbrio

Atlético e Cruzeiro fizeram um jogo extremamente equilibrado. Um clássico onde o único desequilíbrio foi a questão de torcida única. Por quê? É outro assunto. Mas desde já sinto falta da batalha equilibrada das duas torcidas. Bandeiras, festas, cantoria. Era assim. Era. São outros tempos. Eram melhores que os atuais? Não sei, talvez sim.

O próprio Cruzeiro abriu mão da carga de ingressos no Independência após o comportamento ruim dos torcedores do clube no último clássico. No Mineirão, Galo terá a cota de 10% de torcedores.

Um jogo truncado. Amarrado no meio de campo. Podemos dizer que raça não faltou para ambas equipes. Mas, em um jogo como esse, equilibrado e clássico, é necessário a presença de um atleta peculiar. Um jogador que seja diferente. Que faça algo diferente. Que saia do convencional. Isso faltou ontem ao Atlético para reverte a vantagem do Cruzeiro. 

Pelo lado celeste destaco a boa partida de Bruno Rodrigo. No Atlético Leandro Donizete e o lateral Alex Silva. Vale lembrar que o jovem lateral joga improvisado na esquerda. Esse improviso remete à paciência que o torcedor deve ter com esse jogador. Pode ser o substituto para uma eventual saída de Marcos Rocha. Outros jogadores do Galo como Victor, Guilherme, Otamendi e Leonardo Silva também se destacaram.

Agora é na Pampulha. Onde o Atlético se sagrou campeão Mineiro em 201, conquistando o primeiro título do Novo Mineirão. Uma vitória separa o time de Autuori do terceiro título consecutivo. Já o Cruzeiro, além de ter a vantagem do empate para ser campeão, terá por perto sua torcida. 

É aguardar. Faltou para ambas as equipes aquele jogador que decide. Que desequilibra. Jogo de domingo promete muitas emoções.


quarta-feira, 19 de março de 2014

Tardelli e Leandro Donizete ao final de Atlético 1 x 1 Nacional na Arena Independência!


quinta-feira, 6 de março de 2014

O simples que revela

A imagem do Neymar liberando a entrada do garotinho africano em meio aos seguranças foi reveladora. Não vamos exagerar quanto à classe social ou situação do menino e família. Isso agora não importa. Pode ser um garoto da elite, que estava já próximo do gramado ou um de origem humilde. Pouco importa.

Também não vamos exagerar e nos saciar com as manchetes de "Neymar, o salvador". Vamos pensar simples, como o próprio jogador. Seu ato é muito mais simples do que as manchetes sensacionalistas. A atitude seria considerada normal se o mundo não fosse anormal.

Fato é que Neymar estava atento não só aos milhões que ganha por mês. Não só às garotas de capa que estão aos seus pés. Não só às lentes das câmeras internacionais. O simples ato de perceber a presença do garoto querendo entrar chama a atenção para o insight do jogador. Ali, o garoto africano ao ser percebido pelo craque é um simples mortal. Um ser praticamente invisível no meio de tanto glamour.


Mas Neymar Jr. teve o olhar diferenciado. Mostra que está atento à vida, embora ele também ainda seja um garoto. Ir de encontro ao menino para permitir sua felicidade desconstrói o mito. Encurta a distância. Torna o ser mais humano. Ir ao encontro do menino africano devolve ao Neymar seu direito de ser moleque, criança, de continuar a brincar com a vida. Regras? Não há regras para promover a alegria, a paz e a felicidade.


Um ato simples, recheado de sorrisos, de um craque dos gramados que revelou o escondido. Parabéns Neymar, não só pelos gols em campo. Você ontem revelou a mais bela fotografia dos últimos tempos de um estádio de futebol.

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Vertical Atlântico

flávio domênico

Agora uma médica cubana descobriu que, dos 10 mil reais que o governo brasileiro paga para ela participar do programa "mais médicos", ela fica com espetaculares 464 reais. Aliás, o governo não, nós brasileiros. Uma médica ganhando então no Brasil um salário menor que o mínimo. Ela perguntou para colegas de outros países e eles ganhavam mais...

Mas, mal sabe ela que aqui, por exemplo, um cidadão brasileiro que se aventura a tentar comprar uma imóvel pelo banco do governo (CEF) leva 1 e paga 2. E continuam insistindo em vender casa própria como sonho. Casa própria só é sonho numa sociedade escravocrata e exploradora. Claro, não é o caso do Brasil.

Um país onde você recebe um salário que mal dá para pagar seus impostos e contas.
A senhora médica cubana pode aproveitar que está aqui, pedindo asilo e refúgio, para ver que, embora o mercado seja livre, a compra é presa. Que nós brasileiros pensamos que recebemos um bom salário porque temos o maldito (ou seria bendito) cartão de crédito.

Que, embora aqui tenha um litoral exuberante e maravilhoso, uma família da classe comum não consegue viajar com seus filhos para conhecer esse vertical Atlântico.

Enfim, não é uma questão de PT,PSDB, PMDB,PC,e tantos outros partidos. É uma questão hereditária. Um vírus. Uma epidemia chamada oportunismo e exploração. Soberba, luxúria e ostentação. Um país onde ter um carro SRV lhe trás mais status que uma graduação, um mestrado, um doutorado.

Espero que a senhora médica cubana consiga seu asilo, refúgio. Mas espero que ela consiga depois sobreviver. Talvez, durante o processo, ela terá tempo de estudar e se preparar para tal situação.
A verdade é: o amor está congelando...não quero imaginar como será quando o coração parar de bater...

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

O DIA DO FICO!

Foto: Anna Ftg
Descobri que o futebol tem um coração! Tal fato ocorreu nas páginas do livro “Uma paixão em preto e branco”, do poeta e escritor Roberto Drummond. Um presente que ganhei do jornalista e organizador do livro, Alexandre Simões. Após a leitura posso afirmar: o futebol tem um coração pulsando forte em todo planeta!

Roberto Drummond em 77 escreveu: “eu acho que o futebol do mundo tem um coração”. Drummond, um declarado e apaixonado atleticano, ressalta em determinada parte deste livro como o Atlético jogava em 77. “O Atlético está, não seguindo chavões, mas destruindo os chavões”. Ele dizia isso ao afirmar como era taticamente o Galo em campo. Jogadores próximos, com talento, movimentação e improviso. Para o poeta e escritor, tal apresentação devolvia ao futebol a arte e a alegria de jogar.

Drummond ressalta ainda a naturalidade com que o time de 77 saia da defesa para o ataque. Era o coração do futebol pulsando forte no Atlético. No talento, na bola e na apaixonada e incomparável torcida.

Hoje, o presidente Alexandre Kalil pediu licença e deu uma de escritor. Usando 60 caracteres ele anunciou na rede social (twitter) a principal notícia do futebol mundial em 2014: Ronaldinho Gaúcho renovou com o Atlético! 

Tal fato acontece exatamente na mesma data, após 192 anos. A história desse país nos conta que, em 9 de janeiro de 1822, Dom Pedro I decretava que ficaria no Brasil. Assim, Ronaldinho Gaúcho, no dia do FICO, assumiu o lugar do imperador, roubou a data, a cena e anunciou para a massa: eu fico!


A notícia enaltece o futebol brasileiro e mineiro, a administração do presidente Alexandre Kalil e sua diretoria. Independente da proposta financeira astronômica envolvida na transação, o gênio do futebol mundial escolheu ficar no Atlético e dizer não à Turquia. Sinal que, apesar dos pensares, o futebol ainda tem sim um coração pulsando forte! Drummond, você descobriu! Você tem razão! Graças a Deus!