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terça-feira, 29 de novembro de 2016

Surge uma nova cor: Verde Chape

@flaviodomenico

Somos apaixonados por futebol. Somos apaixonados pela vida. Somos apaixonados pela festa, pela alegria, pelos gols, pelos lances mágicos que nos transportam. Somos apaixonados pelas barriquinhas, pelas resenhas, pela cerveja, o churrasquinho. E fato: somos apaixonados por cada concreto do estádio. Somos brasileiros apaixonados pelo esporte da bolinha jogada com os pés.

Na manhã desta terça-feira, quando abrimos os olhos para o novo dia, já sentindo um clima de véspera de quarta futebolística, essa paixão deu lugar a um sentimento de dor. Uma dor silenciosa e arredia. Uma dor que agora é perene.

Belo Horizonte neste momento está chuvosa. É como se o céu chorasse conosco um dia sofrido. Uma chuva para recompor quem sabe as lágrimas ou, até mesmo, derramá-las de uma só vez. Em consonância, as telas modernas pintam a cena da Arena Condé lotada. De torcedores gritando, aplaudindo, empunhando bandeiras. As crianças também estão lá. Agora, neste momento! O mesmo canto, a mesma paixão, a mesma alegria.

Mas há um detalhe: desta vez o gramado está vazio. Não há chuteiras, não há dribles, não há apito e, o único impedimento é vê-los de novo. Não há imprensa. Não há bola! Numa cruel agonia vai se findando esse eterno dia...

Chapecó, Santa Catarina; Santa Chapecoense, Santa Chape! Nossos olhos marejados se achegam ao sono desta noite. Vão insistindo em ficar abertos para olhar também por vocês e como vocês. Estamos unidos na dor. Estivemos na alegria que por vezes é tão fatiada neste mundo do futebol. Neste momento não há atleta, pobre, rico, preto, branco, jornalista, dirigente; neste momento há milhões de corações brasileiros batendo no mesmo compasso. No compasso de uma profunda tristeza.

O futebol veio de sua pequenina importância nos ensinar que dentro das quatro linhas, quando o juiz apita, não há espaço para morte. Não há espaço para brigas imbecis. Não há espaço para divisão. Há sim muita vida dentro e fora de campo. A partir de hoje, quem sabe essa dor imensa nos ensine a ser feliz novamente com o futebol! A colorir de verde chape nossos uniformes, nossas bandeiras, nossos corações. Aprender com o verde chape a respeitar e admirar nosso próximo. Que sabe o futebol venhas a ser novamente simplesmente futebol.

Nosso carinho, nossas orações, às vítimas desta tragédia aérea no voo da destemida equipe da Chapecoense. Aos que se foram, nossa gratidão e saudade! Ficamos por aqui com a promessa que, daqui, tentaremos ser muito, mas muito melhores que ontem...

sábado, 26 de novembro de 2016

A demissão que sugere inovação

*twitter: @flaviodomenico

Há algum tempo escrevi  sobre a importância do técnico neste momento atual do futebol brasileiro (A Safra é fraca – setembro de 2014).  A escassez de bons jogadores, craques e até mesmo o desaparecimento dos gênios levaria o mundo do futebol a exigir mais do grupo e menos do individual. Mais trabalho do comandante à beira do campo, do técnico.

Foi-se o tempo onde havia 5 ou 6 atletas de alto nível num mesmo grupo. Hoje, o comprometimento da equipe, a obediência do jogador e a visão apurada do treinador tende a fazer a diferença na hora das conquistas.

O trabalho do treinador é sim de tamanha importância para organização e gerenciamento do time durante uma partida e, sobretudo, numa campanha rumo ao título. Contudo, o treinador não é a alma do time. Não é o motor e a essência das jogadas. Tal fato se deve ao clube de futebol e aos jogadores que vestem a camisa deste time. Quando o treinador chega não irá representar sua filosofia de trabalho, mas a de um clube e de sua história.

A demissão do técnico Marcelo Oliveira nos abre uma série de questionamentos sobre o papel dele no Atlético. Vamos a algumas afirmações: não havia padrão de jogo, não havia jogada ensaiada, time não era compacto em campo, jogadores muito distantes nos setores (defesa, meio, ataque), escalação e algumas substituições sempre óbvias, que quase sempre não surtiam efeitos estratégicos no jogo. E é bom lembrar que futebol ainda é um jogo!

Centralizar então a culpa de um possível ano sem conquistas (caso o Galo não vença a Copa do Brasil no jogo de volta em Porto Alegre) no Marcelo Oliveira é correto?!

Definitivamente não. Embora as afirmações citadas acima sejam verdadeiras seria muita comodidade entregar um pacote de culpas nas mãos do técnico e mandá-lo embora. E se isso fosse a solução, o ex-técnico atleticano não estaria até o primeiro jogo da final da Copa do Brasil no comando. Já teria sido demitido no meio do ano e o Galo procuraria dentro do mesmo ano seu 3º comandante.

Pensemos nos times da Europa. Pensemos no Barcelona. Hoje, desde o infantil até o profissional, a filosofia de jogo é a mesma. Há um trabalho forte e sério na base. Há um padrão. Treinamento de um estilo de jogo implantado fortemente por Cruyff a partir de 1988.

O técnico, que já havia construído uma história no clube como jogador, colheu frutos espetaculares de seu trabalho e comandou o Barça por 9 anos. Ele tinha o apoio da diretoria, da torcida e dos jogadores. Nesta época Pep Guardiola e Romário faziam parte do time.

Já está na hora, não só do Atlético, que possui uma invejável estrutura física, a melhor do Brasil, evoluir. O futebol brasileiro precisa acordar para um gerenciamento melhor de um esporte que tem perdido aos poucos o encanto e tem se tornado um mero negócio mal gerido.


Com a demissão (tardia e/ou talvez precipitada) de Marcelo Oliveira, o clube e os jogadores, simbolicamente, também foram demitidos. Mesmo restando a esperança do título, o Atlético precisa renovar e, principalmente, inovar. Lembrando que inovar não é inventar a lâmpada mas, encontrar novas possibilidades de se fazer algo, sair da mesmice. Sair do “sempre do mesmo jeito”. 

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Quem será nosso garçom?

O prato está servido. Cada um come e degusta aquilo que lhe é permitido. Muitas vezes não o paladar querido. 
Eticamente, politicamente, religiosamente, na mente e para quem mente, o prato está servido!
O fato é quem serve o que e, quem come o que. Ou até mesmo, quem senta à nossa mesa para cear conosco?

Domingo dois homens nos oferecerão pratos diversos. Nos convidam a ser nossos garçons. Mas apenas um terá o privilégio de nos servir por quatro anos. A olhar por nós e executar políticas dignas para uma sociedade digna. Que honra!
Neste dia escolheremos quem irá chegar perto de nossas famílias, de nossos amigos, de nosso emprego, de nossos recursos naturais, de nosso tempo, de nosso bolso, de nossas vidas, de nossas mesas.
O prato está servido. Há duas opções. Há dois sabores. Há?
Nos debates para garçom da beagá perfeita, ao invés de uma aula de gentilezas e serviços, nos apresentaram até aqui uma verdadeira batalha pelo poder. Primeiro o poder, o resto é lucro! Ah, uma coisinha aqui um outra ali e ... estará tudo certo!
Não quero entrar nos méritos da votação e nem tão pouco abrir meu voto neste ambiente virtual. Mas minha decepção com o que está acontecendo em nosso âmbito político já ultrapassou a barreira do pavor.
Temo que nossos ouvidos estejam longe de escutar o verdadeiro cardápio. E o pior: talvez a gente nem saiba mais qual o prato que queremos escolher e apreciar.
Hoje nossos bravos candidatos à cobiçada cadeira de garçom municipal de Belo Horizonte estão tecnicamente empatados. Sinal de divisão forte. Cada vez mais forte. Segue a cena. Segue o drama encenado em plena vida real! O problema é o fim da peça, porque a mensagem que tem ficado não tem edificado.

sábado, 1 de outubro de 2016

Pitacos Navegantes - Véspera de voto

É inegável a dificuldade para se votar neste 2 de outubro. Pelo sistema ruim, pela política atual, pela historicidade dos feitios (dos não feitios). Os pleitos por votos vem de todos os lados: de amigos, de colegas, de conhecidos e desconhecidos. Eles chegam como clamor necessário e redentor.
Nós, mortais votantes, temos a potente sensação de extrema democracia, de poder nas mãos. Mas essa não é a absoluta verdade. A força do foto não tem sido capaz ao longo dos anos de construir um Brasil justo, solidários e fraterno. Tivemos evoluções e o poder lá de cima tem trocado de mãos. Bom para os eleitos! Mas nem tão bom para os eleitores.
Era o imperador, eram os militares, são os civis. Evolução a passo de tartaruga. Mas há quem caminhe a passos largos!
E muitos dirão: utopia ter um país justo, ainda mais se tratando da terra de Santa Cruz. São anos e anos assolados pela medo, pela ditadura, pela extorsão, escravidão, pela exploração. Sim, somos um povo que sentimos o flagelo na hora do voto.
Hoje o chicote vem na impotência dos honorários da labuta. Nos juros do cheque especial, da compra da casa própria, dos bens com preços além da imaginação, da viagens que não podem ser feitas. O chicote vem na falta de segurança, educação e saúde.
Vem ainda no olhar cansado do pai e da mãe em ver que a honestidade e o trabalho competem de forma desonesta com a bandidagem e com o corrupto. O chicote vem forte no estudante obrigado a escutar que 4 anos de estudo em sua faculdade, geralmente lhe dará apenas o direito de se ingressar em uma pós ou MBA. Nem sempre terá um salário digno e compatível com seus sonhos e competências.
A dificuldade de votar está em tudo isso. Em pensar que nada vai mudar. Em pensar que nos chamarão de incrédulos e não democráticos. Muitos de nós vem se sentindo há tempos verdadeiros idiotas. Muitas vezes o voto nos torna patéticos. Seríamos nós verdadeiros imbecis?
Se a novela mostrou para muitos que é tempo de santo, amanhã as ruas estarão sujas e repletas de santinhos. Os interessados no poder estarão afoitos e ligados no 220. E nós, levantaremos e iremos caminhar para apertar um botão afim de que, dezenas de homens e mulheres passem "bravamente" a nos "representar".
Ao acordar nesse domingo temo que minha esperança não se levante da cama. Embora seja meu intrínseco desejo: que uma eleição fosse sinal de crescimento e evolução social!

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Pitacos Navegantes

Senhora saudade
Uma comunidade pobre de São Paulo sofreu hoje com seus barracos em labaredas de fogo. Barracos de madeira e extremamente frágeis. Mas foram barracos de esperança e de aconchego. Barracos de promessas e famílias. Barracos à margem da vida imperial, da vida real, da vida insana e luxuosa do vil metal.
Barracos que nos remetem a um mundo comandado por divisores que causam discórdia e cultuam o individual. Que incitam a cultura do "eu posso", "eu faço", "eu vou vencer". Que desfilam diariamente suas torres e cavalos luxuosos.
De repente uma senhora, com o barraco (de madeira já em cinzas), decidiu ser gentil com o repórter da TV e lhe conceder a oportunidade de entrevistá-la.
Assim, com olhos marejados, ela olha para o que restou de algo que era chamado de lar e diz assim:
"Eu queria apenas poder entrar lá dentro, sinto saudade, de entrar lá dentro de minha casa" - diz a senhora fitando o que não restou de seu barraco de madeira.
Imaginei que uma senhora que morava numa favela, numa casa feita de ripas de madeiras e pregos, sentia saudade de seu lar.
Como ela consegue lembrar com tanto carinho de um barroco de madeira tão simples e precário? Lembrei de um compositor amigo,Nelsinho Corrêa, que diz em uma música:
"Só se tem saudade do que é bom,
Se chorei de saudade não foi por fraqueza,
Foi porque amei".
O amor daquela senhora era tão puro e tão simples, tão real, tão livre de amarras e estereótipos, tão amor...
É irreversível nossa imbecilidade e nosso egoísmo humano. E não mudará. É mais fácil ser assim do que ter laços de amor. Porque é mais cômodo cultuar o que se vomita nesta escola de ostentação e poder do que partilhar. Do que promover o outro é proporcionar a ele uma oportunidade de viver em paz.
Não conheço essa senhora e, provavelmente, não vou conhecer. Mas agradeço por ela ter sido nesses poucos minutos minha professora. Por me fazer desacelerar, olhar para o que tenho e agradecer.
Ficarei contudo atento! É que talvez quando eu abrir minha janela ela esteja logo ali.

terça-feira, 13 de setembro de 2016

O Galo e o futebol na era dos culpados!

Caro amiga e amigo, não é de hoje que procuramos culpar alguém ou algo em resultados negativos no futebol. É secular. No começo era a bola, a chuteira, o uniforme, o cronômetro e o tempo. O sol, a lua, o técnico e até o jogador. Depois, por mais paradoxo que pareça, alguém que está no esporte para julgar e avaliar os lances tornou-se o pecador mor: o juiz. Seguido de seus pais e dos respectivos assistentes, o juiz de futebol carregou por anos a fama de ser um dos principais vilões da glória futebolística!

Mas a culpa evoluiu mais do que a própria qualidade neste jogo ao longo das décadas. Por vezes até mesmo a imprensa leva o dolo. O torcedor também é apontado como o culpado!

Culpa! Culpado! Culpe-se.

Talvez, o certo seria delatar o próprio jogo pelas derrotas e tropeços. Mesmo que num eventual e monótono empate! Mas não. Não é o suficiente. Alguém é acusado por perder e conseqüentemente prorrogar, além dos 90 minutos, o grito de campeão de um clube.

No Galo, em 2012-2013, a efêmera e marcante era do estilo mágico de jogar conduzido por Cuca, Ronaldinho Gaúcho, Tardelli, Bernard e demais jogadores, trouxe a glória!
Na seqüência, o Atlético fez uma breve dança dos técnicos. Primeiro Autuori chegou e não teve autoridade suficiente. Levir chegou e ganhou a Copa do Brasil. Mas Culpi ressuscitaria a culpa. Depois se apostou em Aguirre, mas, o time não foi aguerrido o suficiente

Marcelo Oliveira e, com ele um elenco dito como qualificado. Mas o técnico, até o momento, embora ocupe o 3º lugar no Brasileirão, ainda não conseguiu dar um padrão de jogo convincente ao Atlético.  Porém, vem sobrevivendo entre lampejos e contusões. Inegável que seu trabalho vem gerando resultado. E olha a culpa: o resultado é dele, dos jogadores ou dos dois? Tudo tem que ter um culpado no mundo da bola!

A estrutura é impecável, a torcida é apaixonada, o técnico é bicampeão da competição e boa parte do elenco é qualificada tecnicamente. Então a culpa é de quem? Essa vem sendo a tônica dos comentários num geral. Seria das lesões, das ausências, do técnico, do juiz, da apatia?

Talvez o melhor seja bater tudo isso num liquidificador e parar de pensar tanto na culpa.  Tentar chegar numa solução. Inclusive pensar o resgate do futebol brasileiro.

O Atlético se apresenta em campo, dado ao elenco que possui, entre a tênue linha da evolução e o irritante cenário de ser fazer apenas o trivial nos jogos. Um último fato: não é exclusividade do Galo esse cenário.

Assim, de todos os citados neste texto, aquele que não for o culpado pelo futebol brasileiro estar neste nível, que atire a primeira bola!


Temo pela escassez de bola...

domingo, 8 de maio de 2016

Final do Mineiro 2016

Mineirão resolvido no Horto

Aquele sol na torcida trouxe de volta o glamour do Mineirão. Uma lembrança quase que remota do templo maior do futebol mineiro. Mineirão hoje carente da torcida do Galo. E sob esse sol, uma disputada final do Campeonato Mineiro que, embora jogada na Pampulha, foi definida no Horto.

Tivesse o Galo jogado no Independência com a garra que jogou hoje, poderia no mínimo, ter mantido sua vantagem conquistada na fase de classificação. Não há como citar o jogo de hoje como final de um campeonato, sem citar o jogo anterior, no Horto. E, ali, talvez o pecado maior: de achar que pode se resolver tudo em apenas 90 minutos quando pelo regulamento, para ser campeão, é preciso se jogar com regularidade 180.


Na primeira partida, no jogo do Horto, vimos um Galo apático. Despertado apenas na etapa final, quando respirou ares de voltar a disputar o caneco com um gol de Pratto. Vantagem agora estava transferida para o Coelho.

Hoje no Mineirão não faltou raça e não faltaram oportunidades. Mas de ambos os lados. A estranha improvisação de Diego Aguirre com Rocha e Carlos Cesar vinha dando certo. Havia raça e vontade, havia correria. Mas isso, para quem veste a camisa do Galo, é obrigação. Então nada de anormal. O Atlético esboçou alguns toques, uma boa movimentação e perdeu o zagueiro Tiago cedo demais.

Mesmo com 10 o Atlético vinha se superando em campo. Procurando o gol e, nitidamente, buscando a vitória. Clayton abriu o placar para o Galo! Mas, quando parecia que tudo caminhava bem, a lembrança dos 180 minutos voltou.

Se o Galo marcou um gol com 10 em campo, o América, quando ficou com 10, com a expulsão de Alisson, também marcou! Aos 38 minutos o empate, o (terceiro) gol do América e, terceiro de Danilo. Ele entrou durante o jogo no Horto para sair campeão no Mineirão. O Coelho não desprezou a vantagem. Embora tenha jogado um tanto atrás conseguiu ter também boas oportunidades durante a partida.

Por aqui o América é campeão Mineiro com méritos. Por outro lado o Galo pode ser campeão das Américas com todos os méritos. Para isso precisa de um time certo. Escalado corretamente, jogando sempre com raça e qualidade. Ainda precisa acertar e treinar melhor seu ataque.

Eis a chance no Morumbi, com ingressos esgotados, para que o Aguirre consiga passar afinal sua mensagem de campeão. Embora tenha uma elenco qualificado, até hoje não se sabe ao certo quais os jogadores do Atlético são os ideais para entrarem em campo e se fazer uma apresentação em alto nível. Há ainda uma expectativa maior com relação ao que esse elenco pode produzir.


Fica a torcida para que o time do Galo entenda esse jogo de 180 minutos pela Libertadores e traga na bagagem, em sua viagem de volta para Confins, uma boa vantagem diante do São Paulo. 

terça-feira, 12 de abril de 2016

Éramos amarelos, somos verdes!

Em pleno século XXI o Brasil caminha para sair do status de amarelo. Pretende mostrar que agora é um país maduro. Contudo, para mim, o status é verde. Estamos, talvez, no meio do caminho.
Acompanhei a votação do parecer favorável do afastamento da presidente Dilma e, consequentemente de seu partido, o PT. Assusta-me o exaltar dos ânimos. A exaltação tanto dos que são a favor quanto dos que são contra tal ato. Assusta-me a exaustiva cobertura e opinião de tantos doutores. E cada vez mais, tudo me parece escuro...
Quem apagou a luz?
Golpe? PT? Livramento? Crime? Ditadura? Bandidagem? Democracia? PSDB? Onde estamos nós?
Somos verdes porque precisamos gritar, esbravejar, esbofetar. Precisamos pintar rostos e bandeiras. Precisamos agredir, cuspir, xingar. Somos verdes, antes éramos amarelos. O que é pior? Amarelar ou se tornar verde? Ah...é democracia! Um processo de amadurecimento. Estamos vivendo para ver.
Um país de tanta lama, fome, miséria. De concessões obscuras e marginalidade hoje à flor da pele. Por outro lado um país de povo alegre e trabalhador. Sustentado por milhões de formiguinhas...
Somos verdes, antes éramos amarelos. Amarelos de contentamento e agora verdes. Posso dizer que tivemos tempo de nos preparar mas, não nos preparamos para este momento. Somos verdes. Não temos tanto conhecimento. Tanto que estamos separados.
Tanta informação e formação e estamos separados.
O que vamos dizer para nossos filhos quando nos perguntarem: quem somos nós? O que?
Diremos que somos um país que, em pleno 2016, ergue um muro de metal para separar pessoas afim de que elas não se agridam porque querem o bem do país...Paradoxo? Somos verdes, crus, éramos amarelos!
O que fizeram com nosso conhecimento. O que fizeram com nossa criança e juventude varonil? Porque esbravejamos num grito oco e vazio? Não brincamos mais e, estamos preferindo os pesadelos do que os sonhos.
Somos verdes, estamos no meio do caminho. Éramos amarelos, talvez covardes! Quem sabe um dia, não só aqui no Brasil, mas em vários cantinhos, a paz ache um lugar. Talvez um dia o diálogo seja maior que o simples abrir de boca.
Oremos.

sábado, 27 de fevereiro de 2016

Faltou o gol

O Atlético entrou em campo (ou quase em um campo) contra URT em Patos de Minas com time praticamente reserva. A novidade era Robinho e Cazares juntos. Cazares jogando como armador e Robinho livre no ataque. E assim foi.

Robinho perdeu ao menos 3 ou 4 gols que não costumava perder. Contudo, o novo 7 do Galo participou intensamente do jogo. Tabelou, marcou, correu, sofreu faltas e esteve muito  perto de balançar as redes pela primeira vez jogando pelo Atlético. Mas não marcou. Quem balançou as redes foi a URT.

A URT fez o básico: retrancou o time e jogou por uma bola. E quando essa bola chegou trataram de fazer o placar. Numa falta pelo lado direito e com desvio na barreira, conseguiram vencer o goleiro Victor. 

Desde o jogo contra o Del Valle, pela Libertadores, observa-se que o Atlético ainda não se encontrou coletivamente. Há quem diga que é cedo para esse entrosamento. Que o Aguirre ainda não teve tempo para ajustar o time. O time é líder da Libertadores e era líder também do Mineiro.

Fato é que o novo técnico do Atlético recebeu da diretoria um elenco muito qualificado e tem a oportunidade de mostrar que pode ser campeão por aqui. Não se pode dizer ainda que Aguirre montou um esquema com sua cara no Galo. Mas tem tudo para inovar. Aliás é preciso fluir essa inovação.

Observando, por exemplo, o estilo de jogo do jovem Cazares podemos notar a facilidade do toque. E ele pode, com uma boa orientação técnica, mudar definitivamente o jeito do Galo jogar. Com suas características ele tomou conta do meio de campo. Joga com facilidade. Tem boa leitura da dinâmica das jogadas  num estilo de futebol de salão.

Resta a visão do Aguirre para perceber e orientar a seus comandados que a bola precisará passar com maior frequência nos pés do garoto  equatoriano. Para que ele assuma de vez a função de armador do time. 

Perante à frágil equipe da URT o Atlético pecou na finalização. Poderia ter marcado de 3 a 4 gols. Faltou alguns pontos ao Galo para continuar a liderança no mineiro mas, faltou principalmente, o gol.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

O Galo que vimos e o Galo que virá

A expectativa era grande. Um gol relâmpago, servido de bandeja no Pratto para o torcedor, e a expectativa se tornou gigantesca. Esse era o cenário do Atlético em sua primeira partida no Estádio Independência pela Libertadores 2016.

A palavra evidente era Robinho, mas a palavra escrita foi Cazares. O garoto equatoriano de 23 anos jogou um futebol de primeira: drible, movimentação e a tão sonhada armação. Numa noite inspirada, Cazares comandou o meio de campo do Atlético como há tempos não se via. O jogador teve ainda duas oportunidades de gol que acabou não concluindo bem. Contudo, o erro não apaga o que ele fez na partida e o que pode vir a somar pelo Galo.

Robinho foi chamado por Aguirre aos 8 minutos do segundo tempo e entrou aos 12. Entrou escutando protestos da torcida, não contra ele, mas contra algo inimaginável para quem acompanhava o jogo: a saída de Cazares. Com sua saída, Lucas Pratto parou de receber bolas e começou a fazer como antes: voltando até o meio campo para tentar algo. A saída de Cazares derrubou a supremacia do Galo na partida. Enquanto isso Patric flutuava pelo gramado meio que sem posição definida...

Contra o Independiente Del Valle observamos um Galo que, no começo do primeiro tempo encantou. Depois, mesmo ainda aguerrido, o time perdeu o brilho apresentado no começo do jogo. Valeram os três pontos, a manutenção da liderança, mas ficou aquele sentimento de poderia ter feito mais. Mais gols, mais jogadas, mais ofensividade.

A diretoria do Atlético marcou gols de letra fora das quatro linhas reunindo um elenco de alto nível. Agora só o tempo dirá como será o Galo de 2016 sob o comando de Diego Aguirre. É fato que suas mudanças não agradaram. A opção neste início de trabalho pela permanência de Patric como titular ainda pode ser considerada provisória. É cedo para duvidar da capacidade de Aguirre em arquitetar este elenco a ponto de fazê-lo um time vibrante, ofensivo, marcador e campeão. Fato é que, jogador para tal feitio ele tem!

Esperamos que o Atlético visto em campo ontem seja apenas um pequeno esboço do Atlético que virá!