Mineirão resolvido no Horto
Aquele sol na torcida trouxe de
volta o glamour do Mineirão. Uma lembrança quase que remota do templo maior do
futebol mineiro. Mineirão hoje carente da torcida do Galo. E sob esse sol, uma
disputada final do Campeonato Mineiro que, embora jogada na Pampulha, foi
definida no Horto.
Tivesse o Galo jogado no
Independência com a garra que jogou hoje, poderia no mínimo, ter mantido sua
vantagem conquistada na fase de classificação. Não há como citar o jogo de hoje
como final de um campeonato, sem citar o jogo anterior, no Horto. E, ali,
talvez o pecado maior: de achar que pode se resolver tudo em apenas 90 minutos
quando pelo regulamento, para ser campeão, é preciso se jogar com regularidade 180.
Na primeira partida, no jogo do
Horto, vimos um Galo apático. Despertado apenas na etapa final, quando respirou
ares de voltar a disputar o caneco com um gol de Pratto. Vantagem agora estava transferida para o Coelho.
Hoje no Mineirão não faltou raça
e não faltaram oportunidades. Mas de ambos os lados. A estranha improvisação de
Diego Aguirre com Rocha e Carlos Cesar vinha dando certo. Havia raça e vontade,
havia correria. Mas isso, para quem veste a camisa do Galo, é obrigação. Então
nada de anormal. O Atlético esboçou alguns toques, uma boa movimentação e
perdeu o zagueiro Tiago cedo demais.
Mesmo com 10 o Atlético vinha se
superando em campo. Procurando o gol e, nitidamente, buscando a vitória.
Clayton abriu o placar para o Galo! Mas, quando parecia que tudo caminhava bem,
a lembrança dos 180 minutos voltou.
Se o Galo marcou um gol com 10 em campo, o América, quando ficou com 10, com a expulsão de Alisson, também marcou! Aos 38 minutos o empate, o (terceiro) gol
do América e, terceiro de Danilo. Ele entrou durante o jogo no Horto para sair
campeão no Mineirão. O Coelho não desprezou a vantagem.
Embora tenha jogado um tanto atrás conseguiu ter também boas oportunidades
durante a partida.
Por aqui o América é campeão
Mineiro com méritos. Por outro lado o Galo pode ser campeão das Américas com
todos os méritos. Para isso precisa de um time certo. Escalado corretamente, jogando
sempre com raça e qualidade. Ainda precisa acertar e treinar melhor seu ataque.
Eis a chance no Morumbi, com
ingressos esgotados, para que o Aguirre consiga passar afinal sua mensagem de
campeão. Embora tenha uma elenco qualificado, até hoje não se sabe ao certo
quais os jogadores do Atlético são os ideais para entrarem em campo e se fazer
uma apresentação em alto nível. Há ainda uma expectativa maior com relação ao que esse elenco pode produzir.
Fica a torcida para que o time do
Galo entenda esse jogo de 180 minutos pela Libertadores e traga na bagagem, em
sua viagem de volta para Confins, uma boa vantagem diante do São Paulo.