Isso porque a negatividade de comentaristas e da imprensa num geral em
cima da discreta chegada de Ronaldinho Gaúcho ao Atlético era algo
estarrecedor. Baladeiro, ex-jogador, desune o grupo, sem compromisso, não joga
mais como antes, entre outros peculiares adjetivos maculavam a construção de
sua imagem em Minas Gerais. E se ele não jogar? E se ele começar com as
baladas?
Assim, entendi que, mesmo como jornalista, eu poderia pensar ao
contrário. Pegar uma carona na contramão do fato. E se ele jogar!? E se ele for
o Ronaldinho? E se ele assumir o papel de levar o Galo à disputa do título como
disse na sua entrevista de apresentação!?
Alegria de um mero repórter perto de um ícone do futebol mundial |
Procurei sondar o assunto por outras vias. Desde minha conversa com seu
irmão e empresário Assis e, neste último domingo, nos bastidores do
Independência, antes do jogo com o narrador da Rede Globo, Luiz Roberto,
conclui que Ronaldinho nunca deixou de ser temido por todos.
Percebo ainda que, antes dos jogos, a comum frase “não vamos marcá-lo
individualmente” é uma mentira! É mais uma tentativa de desmerecer o talento de
um ídolo internacional, hoje ídolo da massa atleticana.
No jogo contra o Vasco, após sofrer na véspera outra tentativa de
desestabilizar sua vinda às terras mineiras, ele entrou em campo com sede de
vitória. Digno de um campeão. De um general. De um líder nato. Correu, vibrou,
lutou, driblou, bateu falta como nunca e fez a jogada que resultou no carimbo
da liderança absoluta do Clube Atlético Mineiro no Brasileiro 2012.
Hoje não adianta mais. A redenção está à porta. Rendidos todos pelo
talento de Ronaldinho e por um grupo de jogadores briosos e determinados a
vencer.
Foram vários os fatores que pesaram e irão ainda pesar contra o Galo,
contra Minas Gerais. Sempre foi assim. Mas, hoje com a comunicação visceral das
redes sociais e com um personagem internacional no time, não será fácil
ludibriar o jogo. A visibilidade dos jogos é matizada por uma exposição
colossal.
Os três pontos parecem que estão escritos na cabeça dos jogadores. É
aquilo que sempre falamos: no campeonato de pontos corridos, cada jogo é uma
final. Ganha o torcedor. Ganha o futebol. Ganha a paixão pelo esporte que
adentra o século XXI senhor dos corações de homens e mulheres em todo país.
O Galo segue líder, com um jogo a menos, quebrando tabus e conquistando
espaço. Enalteço o excelente trabalho do técnico Cuca, que cresceu muito como
profissional dentro do Atlético. A vida é assim. O crescimento vem para o
humilde, para aquele que trabalha e precisa vencer. Assim é o Cuca no Galo. Não
é o astro. Não é a estrela. Mas pode ser considerado como um instrumento que
acende a luz do foco de seus comandados.
Houve sim a reunião com Kallil, houve sim a cobrança. Mas não havia
necessidade de gerar um clima de desastre às vésperas de um jogo importante
como foi o do Vasco. A resposta foi dada como deve ser: em campo.
Com relação às notícias, cabe a cada torcedor selecionar o que vai ler,
o que vai ver. Futebol é como um jornal impresso: tem as páginas com notícias
que edificam e tem as mortíferas. A escolha da leitura é de cada um de nós!
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