Flávio Domênico
Eu que derramo lágrimas em meu coração.
Que por acreditar tanto perco o chão.
Eu que creio,
Que receio,
Que peço esteio.
Eu que tento ainda escrever,
páginas e páginas para viver.
Que leio e lamento,
ouço sempre tormento.
E ando por estradas aquecidas
por dores de pessoas esquecidas.
Navego por costumes bisonhos,
que cospem e pisam em sonhos.
Eu que derramo lágrimas em meu coração,
por acreditar na alma,
por perder a calma,
por estar sempre em edição.
Que abro uma janela a cada dia,
e lembro gente que espia.
Para ver se dar para chegar perto,
para sair da mira do concreto.
Eu que penso que aprendi amar
enxugo agora o que embaça meu olhar.
Mas num ato, levanto a cabeça,
para que no final eu não me esqueça,
que à noite,
mesmo sob açoite,
ao se fechar os olhos se volta a sonhar.
Que a realidade é na verdade,
o primeiro esboço do que é acordar.
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