Flávio Domênico
Fim dos trabalhos no Memorial Minas Vale. Cumprimentos pelo evento. Fotos e aplausos. Desço as suntuosas escadas em meio à muita informação. Estudantes para todos os lados. Que bom!
De repente sinto o cheiro de terra. Sinto cheiro da imagem, do clique preciso. De repente estou numa galeria com fotos de Sebastião Salgado.
De repente sinto o cheiro de terra. Sinto cheiro da imagem, do clique preciso. De repente estou numa galeria com fotos de Sebastião Salgado.
Salgado mostrando o lado não tão doce da vida. Salgado sendo sal da terra e sua câmera aproveitando a luz do mundo. São muitos os registros. Mas fui aprisionado por um. Fiquei por aproximadamente dez minutos contemplando a imagem.
Um deserto, uma mãe, dois filhos nus, uma mãe, o sol, uma mãe, a caminhada, uma mãe, a peleja, uma mãe
.
Registrei a foto para eu lembrar em casa. Jamais cometeria o infortúnio de publicá-la porcamente aqui. Respeito. Jamais conseguirei colocar em letras o que vi naquela imagem.
Mas vi a vida sendo vida. Mas vi a vida sendo ceifada. Mas vi a vida sendo querida. Mas vi a vida sendo sofrida. Mas vi a vida almejando viver.
Registrei a foto para eu lembrar em casa. Jamais cometeria o infortúnio de publicá-la porcamente aqui. Respeito. Jamais conseguirei colocar em letras o que vi naquela imagem.
Mas vi a vida sendo vida. Mas vi a vida sendo ceifada. Mas vi a vida sendo querida. Mas vi a vida sendo sofrida. Mas vi a vida almejando viver.
Então me recolho em minha pequinês. Desfiz de minhas construções e juntei os meus tijolos. Aquela imagem, em seu silêncio, gritou em meus ouvidos.
Vivemos a vida como ela não é. Acredite.
Silêncio e um liquidificador de sentimentos me levaram pelo caminho de volta.
Nenhum comentário:
Postar um comentário