O esporte com a bolinha nos pés grita
por socorro em nosso país. Aliás, como tudo por aqui. O futebol sente na pele o
que é ser brasileiro. O individuo sente na pele o que é ser torcedor brasileiro
num estádio. Até a bola...ah a bola...tem sofrido nos gramados tupiniquins. A
safra não é boa? Os treinadores são ruins? Os clubes brasileiros pararam no
tempo? Os torcedores foram tirados do estádio? Se você bater todas essas
perguntas num liquidificador a resposta é: Brasil 1, Alemanha 7. Esse é o
negativo que vem se revelando do retrato de nosso futebol.
Um dos motivos principais, já ditos
por mim aqui, é a falta da prática livre do esporte na própria infância. Não
a falta do futebol pago, mas do futebol espontâneo, das peladinhas. Ali, a
criança desenvolvia sua interação com outras crianças, seu físico, sua mente e
sua habilidade de jogar. Na rua, em campos irregulares, em quadras de futebol
de salão. Isso não se consegue dentro de quatro paredes ou quatro telas de uma
escolinha paga.
É interessantíssimo os jogadores
chegarem ao clube e não saberem jogar. A maioria é assim. Lateral que não sabe
correr, apoiar, cruzar; atacante que não sabe definir. Volante que não sabe dar
um passe de retomada de jogo; meio campo que não sabe armar; zagueiro que não
sabe defender. No gol alivio um pouco, temos bons goleiros no Brasil. Falta
reflexo aos jogadores, habilidade para improvisar. Acho que todos os jogadores
atuais de campo deveriam treinar em quadras de futebol de salão para aprenderem
a rapidez e o improviso.
Também já falei dos técnicos aqui.
Vamos exemplificar com o Dunga. Se ele não se reciclou e estudou muito enquanto
esteve fora da amarelinha não fará e não acrescentará absolutamente nada. Poucos
são os técnicos que mostram aqui no Brasil que tem a equipe bem treinada e
estruturada. Mesmo com elencos limitados, a mudança tática durante um jogo pode
ser um trunfo de um técnico. Mas isso não vem acontecendo.
Verdade, caro leitor e cara leitora,
é que os craques e gênios do futebol brasileiro estão desaparecendo. Estão à
beira da extinção. Culpa de um sistema que prioriza apenas o lucro e a riqueza.
A começar pelo interesse do público que é cada vez menor. Um torcedor não quer
ir a um jogo! Ele quer acompanhar o time na campanha. Sempre foi assim. Mas hoje
para se ir ao estádio paga-se absurdamente caro para assistir algo absurdamente
barato. Assim caminha este esporte tão querido e tão destruído.
Os campos estão cada vez mais vazios,
frios e calados. O torcedor está distante. Caso não reformulem o futebol e
pensem nas crianças e na alegria do público que gosta do esporte, ele está
fadado a se tornar um esporte qualquer.
Hoje, no Brasil, temos assistido o
futebol como ele não é....
Um comentário:
A mudança mais significativa será na alta cúpula . O comando do futebol tem que ter boleiro e nao ex prefeito bionico !
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