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sábado, 1 de outubro de 2016

Pitacos Navegantes - Véspera de voto

É inegável a dificuldade para se votar neste 2 de outubro. Pelo sistema ruim, pela política atual, pela historicidade dos feitios (dos não feitios). Os pleitos por votos vem de todos os lados: de amigos, de colegas, de conhecidos e desconhecidos. Eles chegam como clamor necessário e redentor.
Nós, mortais votantes, temos a potente sensação de extrema democracia, de poder nas mãos. Mas essa não é a absoluta verdade. A força do foto não tem sido capaz ao longo dos anos de construir um Brasil justo, solidários e fraterno. Tivemos evoluções e o poder lá de cima tem trocado de mãos. Bom para os eleitos! Mas nem tão bom para os eleitores.
Era o imperador, eram os militares, são os civis. Evolução a passo de tartaruga. Mas há quem caminhe a passos largos!
E muitos dirão: utopia ter um país justo, ainda mais se tratando da terra de Santa Cruz. São anos e anos assolados pela medo, pela ditadura, pela extorsão, escravidão, pela exploração. Sim, somos um povo que sentimos o flagelo na hora do voto.
Hoje o chicote vem na impotência dos honorários da labuta. Nos juros do cheque especial, da compra da casa própria, dos bens com preços além da imaginação, da viagens que não podem ser feitas. O chicote vem na falta de segurança, educação e saúde.
Vem ainda no olhar cansado do pai e da mãe em ver que a honestidade e o trabalho competem de forma desonesta com a bandidagem e com o corrupto. O chicote vem forte no estudante obrigado a escutar que 4 anos de estudo em sua faculdade, geralmente lhe dará apenas o direito de se ingressar em uma pós ou MBA. Nem sempre terá um salário digno e compatível com seus sonhos e competências.
A dificuldade de votar está em tudo isso. Em pensar que nada vai mudar. Em pensar que nos chamarão de incrédulos e não democráticos. Muitos de nós vem se sentindo há tempos verdadeiros idiotas. Muitas vezes o voto nos torna patéticos. Seríamos nós verdadeiros imbecis?
Se a novela mostrou para muitos que é tempo de santo, amanhã as ruas estarão sujas e repletas de santinhos. Os interessados no poder estarão afoitos e ligados no 220. E nós, levantaremos e iremos caminhar para apertar um botão afim de que, dezenas de homens e mulheres passem "bravamente" a nos "representar".
Ao acordar nesse domingo temo que minha esperança não se levante da cama. Embora seja meu intrínseco desejo: que uma eleição fosse sinal de crescimento e evolução social!

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