*twitter: @flaviodomenico
Há algum tempo escrevi sobre a importância do técnico neste momento atual do futebol brasileiro (A Safra é fraca – setembro de 2014). A escassez de bons jogadores, craques e até mesmo o desaparecimento dos gênios levaria o mundo do futebol a exigir mais do grupo e menos do individual. Mais trabalho do comandante à beira do campo, do técnico.
Há algum tempo escrevi sobre a importância do técnico neste momento atual do futebol brasileiro (A Safra é fraca – setembro de 2014). A escassez de bons jogadores, craques e até mesmo o desaparecimento dos gênios levaria o mundo do futebol a exigir mais do grupo e menos do individual. Mais trabalho do comandante à beira do campo, do técnico.
Foi-se o
tempo onde havia 5 ou 6 atletas de alto nível num mesmo grupo. Hoje, o
comprometimento da equipe, a obediência do jogador e a visão apurada do treinador
tende a fazer a diferença na hora das conquistas.
O trabalho
do treinador é sim de tamanha importância para organização e gerenciamento do
time durante uma partida e, sobretudo, numa campanha rumo ao título. Contudo, o
treinador não é a alma do time. Não é o motor e a essência das jogadas. Tal
fato se deve ao clube de futebol e aos jogadores que vestem a camisa deste
time. Quando o treinador chega não irá representar sua filosofia de trabalho,
mas a de um clube e de sua história.
A demissão
do técnico Marcelo Oliveira nos abre uma série de questionamentos sobre o papel
dele no Atlético. Vamos a algumas afirmações: não havia padrão de jogo, não
havia jogada ensaiada, time não era compacto em campo, jogadores muito
distantes nos setores (defesa, meio, ataque), escalação e algumas substituições
sempre óbvias, que quase sempre não surtiam efeitos estratégicos no jogo. E é
bom lembrar que futebol ainda é um jogo!
Centralizar
então a culpa de um possível ano sem conquistas (caso o Galo não vença a Copa
do Brasil no jogo de volta em Porto Alegre) no Marcelo Oliveira é correto?!
Definitivamente
não. Embora as afirmações citadas acima sejam verdadeiras seria muita
comodidade entregar um pacote de culpas nas mãos do técnico e mandá-lo embora.
E se isso fosse a solução, o ex-técnico atleticano não estaria até o primeiro
jogo da final da Copa do Brasil no comando. Já teria sido demitido no meio do
ano e o Galo procuraria dentro do mesmo ano seu 3º comandante.
Pensemos
nos times da Europa. Pensemos no Barcelona. Hoje, desde o infantil até o
profissional, a filosofia de jogo é a mesma. Há um trabalho forte e sério na
base. Há um padrão. Treinamento de um estilo de jogo implantado fortemente por
Cruyff a partir de 1988.
O técnico,
que já havia construído uma história no clube como jogador, colheu frutos
espetaculares de seu trabalho e comandou o Barça por 9 anos. Ele tinha o apoio
da diretoria, da torcida e dos jogadores. Nesta época Pep Guardiola e Romário
faziam parte do time.
Já está na
hora, não só do Atlético, que possui uma invejável estrutura física, a melhor
do Brasil, evoluir. O futebol brasileiro precisa acordar para um gerenciamento
melhor de um esporte que tem perdido aos poucos o encanto e tem se tornado um
mero negócio mal gerido.
Com a
demissão (tardia e/ou talvez precipitada) de Marcelo Oliveira, o clube e os
jogadores, simbolicamente, também foram demitidos. Mesmo restando a esperança
do título, o Atlético precisa renovar e, principalmente, inovar. Lembrando que
inovar não é inventar a lâmpada mas, encontrar novas
possibilidades de se fazer algo, sair da mesmice. Sair do “sempre do mesmo
jeito”.
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