No último dia 28, o
Plenário da Câmara dos Deputados Federais aprovou o texto base da Lei Geral da
Copa. Essa lei visa estabelecer as regras gerais para a realização do evento.
Ponto polêmico
O ponto campeão de
audiência entre a FIFA e o governo brasileiro está na liberação de bebida
alcoólica nos estádios durante a Copa do Mundo. A FIFA exige a liberação total
da bebida e tal requisito fere o estatuto do torcedor. A querida, famosa e por
vezes maldosa cervejinha é o centro das disputas. Estatísticas apontam para
diminuição da violência nos estádios após a proibição da cerveja em jogos de
futebol no estado de Minas Gerais.
A proposta ainda irá
para o senado. Contudo, parece que a questão será definida de forma ímpar em
cada estado. Ou seja: querem passar a bola para os governadores decidirem. O
governador de Minas Gerais, Antonio Augusto Anastásia, defendeu uma consulta à
sociedade e declarou que seria importante uma posição comum entre os 12
governadores dos estados que irão sediar a competição.
Sobre este impasse da
bebida é sensato se fazer duas observações: a primeira é que, quando convidaram
a FIFA para realizar o evento aqui no Brasil, já se sabia da exigência de se
vender bebida alcoólica nos jogos. Isso já deveria ter sido previamente
acordado, ou seja, liberado ou proibido. Segundo ponto: uma entidade de futebol
é mais poderosa que a lei de um país a ponto de se mudar tal lei de bem comum por
interesse meramente econômico?
Preço dos ingressos
O preço dos ingressos
é algo sensacional e seu valor para a Copa está praticamente definido. Caso
você tenha intenção de assistir, por exemplo, a um jogo do Brasil prepare seu
bolso! A entrada mais barata para o espetáculo custará U$50, algo em torno de
R$91. Uma família pequena, moldes dos dias atuais, com esposa, marido e filho,
gastaria hoje só para entrar no Mineirão R$273! Esse preço de ingresso faz
parte da “Categoria 4”.
Caso você possa pagar
por este ingresso, vai uma dica: compre um colchonete ou saco de dormir para encarar
a fila. Nesta categoria, a organização promete 10% de ingressos a este preço
para os jogos do Brasil. No Mineirão, por exemplo, seriam aproximadamente 6.400
ingressos.
Caso a mesma família
citada anteriormente não consiga comprar um desses ingressos poderá adquirir os
da “Categoria 3”. Custo U$100, algo em torno de R$182. São módicos R$546 para
adentrar ao belo Estádio do Mineirão e realizar o sonho de assistir a Seleção
Brasileira num jogo oficial valendo Copa do Mundo! Só para conhecimento, o ingresso
para o “Categoria 2”, custará U$450 (R$819) e “Categoria 1”, U$900 (R$1638).
Enfim, a Copa do
Mundo no Brasil está longe de ser um evento feito para o povo e, principalmente,
para o trabalhador assalariado. O deputado federal, o ex-jogador Romário
(PSB-RJ), declarou no programa É Notícia, da Rede TV, em agosto de 2011 que “infelizmente
a Copa no Brasil não vai ser feita para o brasileiro, para o povo brasileiro,
que é o povo que gosta de futebol”. Parece que o “baxinho” não estava errado.
Por
outro lado, a FIFA estima que a competição em terras brasileiras renderá aos seus cofres U$3,8bi. Para se ter
uma idéia, a Copa da África rendeu U$3,2bi e a da Alemanha, U$2,04bi!
Ah...a Copa de 2014
ainda dará muito o que falar caro leitor e querida leitora. Ainda teremos as
definições dos feriados e pontos facultativos propostos para os dias de jogos.
Caso o Brasil seja campeão, sob o comando do Mano (que até o momento não conseguiu
fazer o time jogar bem), poderemos cantar felizes e saltitantes: “a taça do
mundo é nossa?”