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quinta-feira, 11 de julho de 2013

É TEMPO DE SER CAMPEÃO

Flávio Domenico

O tempo é feroz. Ele pode nos dar a oportunidade de uma conquista como pode tirá-la. Ele é efêmero. Por vezes obsoleto. O tempo não fala, não grita, não comemora. Ele apenas se estabelece. O tempo ensina e por vezes cobra o aprendizado.

Esse tempo esteve ontem visitando novamente o Estádio Independência. Correu por vezes, parou por outras. E ele é preciso. Nele a história se encerra por obrigação no espaço físico e permanece na alma pela eternidade.

No jogo contra o Newell’s Old Boys o tempo se apresentou para o Atlético como um cão feroz a centímetros de distancia de sua mordida. Restava o Galo correr com sabedoria contra a dor da possível ferida ou parar para devidamente enfrentá-la, curá-la e esquecê-la posteriormente. Desta vez o Atlético correu mais e eliminou essa hipótese da chaga dolorosa.

Caro leitor, o tempo é tão vasto como uma câmera de fotografia que captura a imagem no modo panorâmico. As possibilidades de cortes e registros são muitas. É preciso recortar a prioridade e o objetivo.

Nesta noite, o gestor do tempo no Independência foi o uruguaio Roberto Silvera. Ele era o responsável pelos números a serem cronometrados. Silvera tinha o poder de parar ou avançar. De começar e de encerrar o fato. O poder era tão colossal que, no primeiro tempo, foram 12 minutos parados. Ele determinou acréscimo de nove. Três minutos deste jogo ficaram perdidos no espaço e na conta do senhor juiz.

A história da primeira classificação do Galo estava sob a tortura dos minutos corridos. Em cada olhar um cronômetro. Em cada grito um segundo. Em cada batida do coração um número a mais naquele momento dramático.

O tempo também pode ser tortuoso... Noventa eram os minutos para que o Atlético marcasse o mínimo de dois gols. E marca o primeiro logo aos três! O tempo fez brotar o sentimento de euforia e no seu tardar de agonia. Seria apenas nos minutos finais, numa coroação tardia de uma contratação contestada, o segundo gol!

Houve um tempo em que a disputa de pênalti era sinal de amarga derrota para o clube atleticano. Esse tempo se foi. Tempo passado engolido pelo presente.

E assim o Clube Atlético Mineiro conquistou seu tempo para a final. Em sua cronologia centenária foi lhe reservado o ano de 2013 para ter o direito à disputa derradeira pela Taça Libertadores da América. Agora, milhões de corações apaixonados começam a bater dentro do compasso 90. Noventa minutos que separam o sonho da realidade!

O grito uníssono da massa: Galo é tempo de ser campeão!


4 comentários:

Roberto C. Filho disse...

Grande texto, amigo Flávio. Muito bem escrito e diz bem sobre a espada que pesou sobre as nossas cabeças ontem: o tempo! O mesmo que foi e voltou, correu e parou durante uma verdadeira batalha.
Parabéns, caro.

Flávio Domênico disse...

obrigado Roberto!!!

Anônimo disse...

Você está cada vez melhor nas letras...
Amir

Flávio Domênico disse...

Obrigado Amir!